De Ondergedoken Camera (A Câmera Escondida), também conhecido pelo nome em inglês Underground Camera, foi um grupo de fotógrafos holandeses que agiram como resistência durante a Segunda Guerra Mundial.
Fundada pelo fotógrafo Fritz Kahlenberg e pelo ativista Tonny van Renterghem, o grupo agiu entre os anos de 1943 e 1945 com fotógrafos profissionais e amadores. Ambientados nos Países Baixos, tinham como objetivo usar suas habilidades com as câmeras para documentar os anos da ocupação alemã.
Assim como a mídia era controlada pelos fascistas, os fotógrafos também foram censurados durante o período de Guerra. Deste modo, seu trabalho para registrar o cotidiano, as ações e consequências da Guerra era algo ilegal, passível de prisão ou até mesmo morte. Estes fotógrafos arriscaram suas vidas para que, hoje, possamos ver os retratos nus e crus da dor, da fome e do medo vivido nos Países Baixos.
Muitas imagens eram feitas pela janela de suas casas, mas também iam às ruas com seus equipamentos para conseguirem maior variação dos registros, explorando ruas arrasadas a busca de histórias a serem contadas por meio de fotos. Entretanto, precisavam ser discretos para não serem pegos.
Nessas missões, escondiam as câmeras por dentro de jaquetas, sacolas e maletas, que apresentavam somente um pequeno buraco para que a lente não fosse tampada. As mulheres conseguiam passar despercebidas com maior facilidade, utilizando sacolas de compras e carrinhos de bebê.
Foto: Menno Huizinga
Nessas missões, escondiam as câmeras por dentro de jaquetas, sacolas e maletas, que apresentavam somente um pequeno buraco para que a lente não fosse tampada. As mulheres conseguiam passar despercebidas com maior facilidade, utilizando sacolas de compras e carrinhos de bebê.
Alguns fotógrafos também possuíam contato com os Aliados, e imagens de soldados alemães ou registros de prisões de membros da resistência poderiam ser repassadas para eles. Neste sentido, seu ato de resistência teve também seu valor durante os anos de Guerra, e não só como registro para usos futuros.
Entretanto, além dos problemas para se manterem discretos, havia a escassez de material. Com a energia elétrica limitada e cada vez menos eficaz, enfrentaram grande dificuldade para revelar as fotografias capturadas.
Seus registros incluem fotos de cidadãos, soldados e paisagens urbanas nas mais diversas situações. Registros de invasões, destruições, feridos e desabrigados são frequentes, mas também é possível encontrar algumas imagens mais esperançosas de mulheres sorrindo, casais se beijando e crianças brincando, principalmente se olharmos pelas datas dos dias de libertação.
As fotos de Cas Oorthuys e Menno Huizinga são extremamente populares ainda hoje, muito utilizadas em sites como Wikipédia e banco de imagens gratuitos, espalhando informações com seus belos (e tristes) registros de uma era de ódio e repressão.
Foto: Menno Huizinga
Seus registros incluem fotos de cidadãos, soldados e paisagens urbanas nas mais diversas situações. Registros de invasões, destruições, feridos e desabrigados são frequentes, mas também é possível encontrar algumas imagens mais esperançosas de mulheres sorrindo, casais se beijando e crianças brincando, principalmente se olharmos pelas datas dos dias de libertação.
As fotos de Cas Oorthuys e Menno Huizinga são extremamente populares ainda hoje, muito utilizadas em sites como Wikipédia e banco de imagens gratuitos, espalhando informações com seus belos (e tristes) registros de uma era de ódio e repressão.
Foto: Emmy Andriesse
Emmy Andriesse (1914-1953) foi uma das principais colaboradoras do projeto. É sabido sobre ela que, ainda durante a adolescência, já demonstrava interesse em políticas de esquerda e emancipação das mulheres. Formou-se em Design de Publicidade, especializando-se em fotografia. Ainda durante os anos de estudo, entre 1932 e 1937, mantinha contato com organizações progressistas e antifascistas.
Após terminar a faculdade, mudou-se para Amsterdã, onde conseguiu entregar muitas fotos a veículos da época, que adoravam sua forma criativa de utilizar os ângulos e criar imagens diagonais. Ela era judia e precisou se esconder até 1944, quando conseguiu documentos forjados para se passar por ariana e poder voltar à vida pública, quando se juntou ao De Ondergedoken Camera. Seus principais registros são de situações de fome e pobreza, protagonizadas principalmente por crianças e mulheres adultas.
Eva Marianna Besnyö tirava fotos para forjar passaportes e identidades. Charles Breijer, antes de se unir ao grupo, já trabalhava sozinho como fotógrafo ilegal. Eva Marianna Besnyö tirava fotos para forjar passaportes e identidades. Charles Breijer, antes de se unir ao grupo, já trabalhava sozinho como fotógrafo ilegal. Haanstra trabalhava no Centro de distribuição de Eletricidade de Amsterdã e transformou o espaço em uma sala escura para seu trabalho ilegal, além de desenvolver microfilmes para os aliados.
Lydia van Nobelen-Riezouw distribuía uma revista de resistência enquanto trabalhava como enfermeira. Carel Blazer dava oficinas para ensinar técnicas aos amadores e se dedicou ao artesanato de identidades falsas durante a guerra. Ad Windig, um de seus alunos, realizou diversos registros e diz ter aprendido "a visão das coisas" com Emmy Andriesse - Windig foi preso pouco antes da libertação e, com sorte, escapou pela janela do banheiro antes que fosse tarde. Ninguém estava a salvo.
São muitos os nomes que podem ser creditados por este incrível trabalho de resistência. Entretanto, embora fizessem parte do mesmo grupo e tivessem os mesmos interesses, muitas destas pessoas sequer se conheciam. Para própria segurança, tal como do grupo como um todo, muitos integrantes do Ondergedoken Camera optaram pelo anonimato.
Muitos de seus trabalhos ainda são utilizados até hoje para artigos, reportagens e livros sobre a Segunda Guerra Mundial, além de exposições e memoriais. Entretanto, fora da Holanda, ainda pouco se fala sobre este incrível ato de sacrifício e resistência. Monica Hesse, jornalista e escritora, abordou o tema em seu livro A Garota do Casaco Azul, lançado em 2016. A obra chegou ao Brasil neste ano, 2019, pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco, com tradução de Rachel Agavino.
Após terminar a faculdade, mudou-se para Amsterdã, onde conseguiu entregar muitas fotos a veículos da época, que adoravam sua forma criativa de utilizar os ângulos e criar imagens diagonais. Ela era judia e precisou se esconder até 1944, quando conseguiu documentos forjados para se passar por ariana e poder voltar à vida pública, quando se juntou ao De Ondergedoken Camera. Seus principais registros são de situações de fome e pobreza, protagonizadas principalmente por crianças e mulheres adultas.
Eva Marianna Besnyö tirava fotos para forjar passaportes e identidades. Charles Breijer, antes de se unir ao grupo, já trabalhava sozinho como fotógrafo ilegal. Eva Marianna Besnyö tirava fotos para forjar passaportes e identidades. Charles Breijer, antes de se unir ao grupo, já trabalhava sozinho como fotógrafo ilegal. Haanstra trabalhava no Centro de distribuição de Eletricidade de Amsterdã e transformou o espaço em uma sala escura para seu trabalho ilegal, além de desenvolver microfilmes para os aliados.
Lydia van Nobelen-Riezouw distribuía uma revista de resistência enquanto trabalhava como enfermeira. Carel Blazer dava oficinas para ensinar técnicas aos amadores e se dedicou ao artesanato de identidades falsas durante a guerra. Ad Windig, um de seus alunos, realizou diversos registros e diz ter aprendido "a visão das coisas" com Emmy Andriesse - Windig foi preso pouco antes da libertação e, com sorte, escapou pela janela do banheiro antes que fosse tarde. Ninguém estava a salvo.
São muitos os nomes que podem ser creditados por este incrível trabalho de resistência. Entretanto, embora fizessem parte do mesmo grupo e tivessem os mesmos interesses, muitas destas pessoas sequer se conheciam. Para própria segurança, tal como do grupo como um todo, muitos integrantes do Ondergedoken Camera optaram pelo anonimato.
Muitos de seus trabalhos ainda são utilizados até hoje para artigos, reportagens e livros sobre a Segunda Guerra Mundial, além de exposições e memoriais. Entretanto, fora da Holanda, ainda pouco se fala sobre este incrível ato de sacrifício e resistência. Monica Hesse, jornalista e escritora, abordou o tema em seu livro A Garota do Casaco Azul, lançado em 2016. A obra chegou ao Brasil neste ano, 2019, pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco, com tradução de Rachel Agavino.
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