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RESENHA | Flow supera as expectativas e merece o Oscar de Melhor Animação

RESENHA | Flow supera as expectativas e merece o Oscar de Melhor Animação

Indicado ao Oscar de Melhor Animação e Melhor Filme Internacional, Flow chegou aos cinemas brasileiros em 20 de fevereiro com distribuição da Mares Filmes e Alpha Filmes. Com direção e roteiro do cineasta Gints Zilbalodis, a história emocionante - e com um background tão incrível quanto o próprio filme - mostra a que veio na temporada de competições, superando todas as expectativas do público.

Flow acompanha a história de um gato que vivia solitário em uma casa na floresta. Uma inundação destrói seu lar e o anival se vê obrigado a buscar refúgio em outro lugar. A bordo de um barco com outros animais, o gato lentamente aprende a conviver com suas diferenças conforme precisam se unir para sobreviver neste ambiente hostil.

Protagonizado apenas por animais e completamente sem diálogos, mas com uma história profunda, Flow é diferente dos filmes de animação de estúdios como Disney e Pixar que humanizam os animais ao fazê-los andar sobre duas patas e falar - embora este ainda tenha alguns momentos fantásticos, como os bichinhos conseguirem guiar a embarcação pela enchente.

RESENHA | Flow supera as expectativas e merece o Oscar de Melhor Animação

Segundo Zilbalodis, a escolha foi proposital: "Queria que os animais se comportassem como animais reais, sem falas, com movimentos naturais. Vemos o filme imaginando nossos próprios pets, o que torna tudo mais impactante", diz em entrevista ao O Globo.

Mesmo sem palavras, o filme consegue entreter e emocionar o espectador do início ao fim. As diferenças entre os animais é deixada de lada aos poucos, conforme eles vão se tornando mais íntimos após cada desafio e passam a ver um ao outro como amigos, buscando formas de ajudá-los e se divertindo mesmo em meio às dificuldades. É uma verdadeira lição de resiliência.

Mas não se engane pelos momentos fofos e divertidos dos bichinhos brincando: Flow é um filme tenso. São cenas constantes de quase morte que deixam o espectador com o coração na mão, mas ainda alimentando as esperançoas de que tudo vai dar certo - mesmo em um cenário pós-apocalítico, com indícios de que os humanos não existem mais.

RESENHA | Flow supera as expectativas e merece o Oscar de Melhor Animação

Tensão essa, aliás, que carrega a verdadeira mensagem do filme: o aquecimento global e as mudanças climáticas  sob o ponto de vista dos animais. Eles não tem culpa do que está acontecendo com o nosso mundo, mas estão sofrendo em consequência das ações humanas. Não adianta se emocionar com o filme e não fazer nada para ajudar o planeta a se curar. Flow se apoia em bichinhos fofinhos para fazer o ser humano abrir os olhos e tomar uma atitude.

Grandioso em qualidade e mensagem, mal se imagina que um filme tão bem produzido como este conta com origens humildes. Feito pelo software gratuito Blender, Flow contou com apenas cinco pessoas trabalhando diretamente em sua finalização e não fica nada atrás em qualidade para os estúdios grandes - na verdade, é capaz até de superá-los, com uma arte tão delicada que escapa à curva da mesmice hollywoodiana. Não atoa, Flow levou a Letônia ao Oscar pela primeira vez.

Por lá, o clima de Copa do Mundo é semelhante ao do Brasil. Enquanto por aqui Fernanda Torres virou fantasia de carnaval, o pequeno país europeu ganhou diversas estátuas e pinturas de rua em homenagem ao gato cinza que protagoniza o filme indicado ao prêmio estadunidense - e que concorre com o nosso Ainda Estou Aqui na categoria de Melhor Filme Internacional.

RESENHA | Flow supera as expectativas e merece o Oscar de Melhor Animação

Saí da sessão tão emocionada que não posso negar: Flow é o único filme para o qual aceitaria ver o Brasil perder esse Oscar.

Flow está em cartaz nos cinemas do Brasil.
Siga @elfolivreblog para mais novidades. ♡

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