Tive que deixar muitos comentários de lado no post com minha crítica de Rogue One para não apresentar spoilers e acabar com a surpresa de quem ainda não assistiu. Se você clicou nesse link, ou já viu o filme, ou não se importa em saber o que acontece antes de vê-lo. Por sua conta e risco, continue a leitura para conversamos em detalhes sobre o melhor filme do ano, na minha humilde opinião.
A garota uma personagem incrível, seguindo a linha de mulheres fortes que marcaram presença em Star Wars, mas sem o lenga lenga de autoaceitação. Ainda criança, precisou crescer rápido ao ver a mãe falecer e o pai ser levado pelo Império. Ela é forte, ela sabe disso e ela não tem medo de se arriscar. Sempre fugiu de posicionamentos políticos, mas muda de ideia completamente após uma conversa com Saw Gerrera, seu criador.
Nesse bate-papo, Jyn entra em contato com um holograma deixado por seu pai, no qual ele conta tudo o que sabre sobre a Estrela da Morte, os planos maléficos do Império para sua nova arma e o que fez para tentar impedir a destruição que está por vir: construiu um ponto fraco em seu interior, cujo uma pequena explosão pode causar o discernimento de toda estrutura.
O gênio responsável pela falha na Estrela da Morte, Galen Erso (Mads Mikkelsen). |
Conforme o letreiro inicial do episódio IV, já sabemos que isso foi feito, nenhuma novidade por aqui, mas foi mais difícil do que poderíamos imaginar. Jyn leva a mensagem, mas a Aliança recua por não concordar com uma ideia tão arriscada e desconfiar de Galen. Mesmo com pouco tempo no lado "bom" da força, a garota bate a mão na mesa e demonstra autoridade frente aos problemas que vem a encarar pela causa.
De volta aos Rebeldes, Cassian Andor era um capitão enviado em missão secreta pelo General Draven a fim de matar Galen Erso. O sorrisinho safado e a falta de empatia em matar aliados para garantir seu benefício trazem um personagem moldado pelo desejo de sobreviver e a descrença em um sonho limpo, já acostumado com o jogo.
Seus primeiros contatos com Jyn são baseados em mentiras e ocultações, afinal, veio para matar seu pai. Entretanto, quando a oportunidade para tal lhe é dada, recua, demonstrando certo sentimento de confiança ou mesmo afeto em relação à recém-conhecida, que se arriscou pelo bem da causa (não que isso mude muita coisa, o cara acabou morto de qualquer jeito).
Diego Luna é Cassian Andor em Rogue One |
Seus primeiros contatos com Jyn são baseados em mentiras e ocultações, afinal, veio para matar seu pai. Entretanto, quando a oportunidade para tal lhe é dada, recua, demonstrando certo sentimento de confiança ou mesmo afeto em relação à recém-conhecida, que se arriscou pelo bem da causa (não que isso mude muita coisa, o cara acabou morto de qualquer jeito).
De certo modo, a falha do casal é um ponto positivo, uma vez que é inútil apegar-se emocionalmente a qualquer um dos personagens: não sobra um para contar história. Rogue One trás personagens tão bem construídos que é um enorme desperdício vê-los falecer um a um durante o longa, mas qualquer sobrevivência causaria desconexão com Uma Nova Esperança.
Chirrut é, provavelmente, a maior de todas as perdas. Mesmo cego, é um guerreiro espiritual altamente qualificado e dotado de habilidades de luta incomparáveis. Apesar de não ser um Jedi, acredita fielmente na Força e é membro dos Guardiões dos Whills, grupo religioso que protege o antigo templo de Jedha para discípulos.
Sua disciplina mental é utilizada ao longo do filme juntamente ao mais novo bordão, "eu estou com a Força, e a Força está comigo", causando arrepios. Foi morto em uma explosão em Scarif, enquanto arriscava-se junto ao Rogue One para roubar os planos da Estrela da Morte.
Baze Malbus, outro devoto guardião e fiel companheiro de Chirrut, apesar de perder suas crenças na Força e na espiritualidade, também fez parte da missão e desbravou-se em luta muito bem equipado, mas não foi o suficiente para escapar do cruel destino, falecendo pouco tempo após o amigo por uma granada C-25.
K-2, ex-robô imperial que passa a acompanhar Cassian, foi o ponto cômico do filme com suas probabilidades bem "a la C-3PO", mas ao contrário dos outros robôs apresentados ao longo dos anos em Star Wars, esse não fica para trás na hora de lutar. Sem papas na língua, abre discussão com seu companheiro sobre ser o único a não ter um blaster, sendo surpreendido posteriormente ao receber um de Jyn para sua defesa.
Enquanto os ajudava a encontrar os planos entre os milhares arquivos disponíveis na torre, é atacado por stormtroopers até parar de funcionar. Assim, perdemos aquele que trouxe o clássico “eu tenho um mau pressentimento sobre isso” a Rogue One. Que dias difíceis, não sobram nem os robôs!
Como não só de bonzinhos se faz um filme, Orson Grennic foi o encarregado pelo papel de vilão - e aquele responsável por levar Galen de volta ao Império. Sua capacidade está em ser um manipulador e mentiroso. Como alguém que não domina a força, o diretor de Pesquisa de Armas Avançadas do exército Imperial é um vilão mais realista do que o já visto na saga. Ele ainda possui o seu próprio exército de soldados, os Death Troopers.
Krennic, entretanto, acaba falecendo por um erro tão bobo como sua falta de atenção. Tão enfeitiçado pelo desejo de matar Jyn Erso após encurrala-la, não percebeu que Cassian se aproximava por trás e levou um tiro que não foi fatal, mas que feriou-o o suficiente para que não conseguisse escapar da explosão causada pela própria arma imperial, que então destruiu Scarif e todos os que haviam sobrevivido à batalha - inclusive Jyn e Cassian.
O livro Star Wars: Catalyst, escrito por James Lucerno, apresenta acontecimentos anteriores a Rogue One que ajudam a entender o filme. Uma das passagens fala ainda sobre o passado de Krennic, quando regatou Galen e sua família de um cativeiro, o que tornou-os amigos e arquitetos da Estrela da Morte.
Quem está de volta?
Não é surpresa que Darth Vader estaria no filme, mas prossigamos. Sua primeira aparição em Rogue One ainda não é como o conhecemos, mas um Anakin pós-incidente em Mustafar dentro de um taque de bacta, curando-se da luta contra Obi-Wan Kenobi. Bacta é um líquido curativo que já havia sido apresentado aos fãs de Star Wars em O Império Contra-Ataca, usado por Luke na base rebelde em Hoth para tratar ferimentos.
Vader volta a aparecer mais algumas vezes durante o filme e todas são de tirar o fôlego. Em uma das cenas, o diretor Krennic abusa da paciência do Lord das Trevas ao pedir para continuar no comando do projeto da Estrela da Morte e lança aquele enforcamento que adoramos ver e que tanto sentíamos falta.
Chirrut é, provavelmente, a maior de todas as perdas. Mesmo cego, é um guerreiro espiritual altamente qualificado e dotado de habilidades de luta incomparáveis. Apesar de não ser um Jedi, acredita fielmente na Força e é membro dos Guardiões dos Whills, grupo religioso que protege o antigo templo de Jedha para discípulos.
Sua disciplina mental é utilizada ao longo do filme juntamente ao mais novo bordão, "eu estou com a Força, e a Força está comigo", causando arrepios. Foi morto em uma explosão em Scarif, enquanto arriscava-se junto ao Rogue One para roubar os planos da Estrela da Morte.
Baze Malbus, outro devoto guardião e fiel companheiro de Chirrut, apesar de perder suas crenças na Força e na espiritualidade, também fez parte da missão e desbravou-se em luta muito bem equipado, mas não foi o suficiente para escapar do cruel destino, falecendo pouco tempo após o amigo por uma granada C-25.
Mentira, K-2SO é o melhor personagem. |
Enquanto os ajudava a encontrar os planos entre os milhares arquivos disponíveis na torre, é atacado por stormtroopers até parar de funcionar. Assim, perdemos aquele que trouxe o clássico “eu tenho um mau pressentimento sobre isso” a Rogue One. Que dias difíceis, não sobram nem os robôs!
Essencial: cara de malvado. |
Krennic, entretanto, acaba falecendo por um erro tão bobo como sua falta de atenção. Tão enfeitiçado pelo desejo de matar Jyn Erso após encurrala-la, não percebeu que Cassian se aproximava por trás e levou um tiro que não foi fatal, mas que feriou-o o suficiente para que não conseguisse escapar da explosão causada pela própria arma imperial, que então destruiu Scarif e todos os que haviam sobrevivido à batalha - inclusive Jyn e Cassian.
O livro Star Wars: Catalyst, escrito por James Lucerno, apresenta acontecimentos anteriores a Rogue One que ajudam a entender o filme. Uma das passagens fala ainda sobre o passado de Krennic, quando regatou Galen e sua família de um cativeiro, o que tornou-os amigos e arquitetos da Estrela da Morte.
Imagem da primeira aparição de Darth Vader em Rogue One, dentro do tanque de bacta |
Luke em um tanque de bacta, episódio V. |
Krennic e Vader frente a frente. |
Posteriormente, nos minutos finais do filme, volta para uma batalha atordoante de boa e trás aquilo que não vimos durante as duas horas anteriores: sabre de luz. O empunhá-la e, sem dó nem piedade (do jeitinho que gostamos), derrota um a um os aliados Rebeldes que tentam entregar os planos roubados às autoridades. É lindo de se ver!
Um momento em destaque, entretanto, é quando para o tiro de uma blaster em pleno ar com a Força. Deixando a ordem cronológica de lado, Kylo Ren (O Despertar da Força) havia sido o primeiro a realizar tal feito. Talvez tenham retomado esse ato em Rogue One para não deixar Kylo como "o incrível" e ressaltar a habilidade e façanha de Vader. Seja lá como for, os dois são maravilhosos e a cena em ambos os filmes é de ficar boquiaberto.
Peter Cushing como Tarkin em Uma Nova Esperança (1977), ao lado de Darth Vader |
Photoshoot com atriz Ingvild Deila |
A mulher da imagem acima é Ingvild Deila, uma atriz da Noruega que fez uma pequena aparição em Age of Ultron, foi escalada para uma personagem muito especial em Rogue One: Princesa Leia. Nos segundos finais do filme, a parte traseira do vestido de Leia foi rapidamente reconhecida por todos na sessão - que vibrou, gritou e lacrimejou, como esperado. Ao filmar seu rosto, uma surpresa ainda maior, a incrível semelhança com a atriz original, Carrie Fisher, obviamente com muito CGI. Resultado:
Os atores serviram de "moldes" para capturar os movimentos dos personagens em questão. A equipe de efeitos visuais da Industrial Light & Magic ficou responsável por desenvolver modelos 3D dos rostos dos atores originais, Cushing e Fisher, para inseri-los nos moldes criados pelos novos atores. Trabalho semelhante foi realizado no sétimo filme de Velozes e Furiosos, após o falecimento do ator Paul Walker em 2013.
Não só isso, mas ela e Obi-Wan Kenobi são referenciados durante uma das conversas entre Mon Mothma, líder dos Rebeldes, e Bail Organa, pai adotivo de Leia, onde falam sobre um Jedi em exílio e a garota ao qual Bail confiaria a própria vida.
Mudanças de última hora
O filme já havia sido totalmente gravado, mas durante o processo de edição os responsáveis não estavam muito satisfeitos com o resultado e resolveram não só regravar algumas cenas, mas refazer parte do roteiro. A mudança pode ser percebida inclusive nos trailers, que apresentam muitas cenas que foram cortadas da versão oficial exibida nos cinemas.
Dentre as correções feitas, o final foi o mais alterado. Anteriormente programado para que uma parte da equipe Rogue One continuasse viva, mas a ideia não conectaria muito bem com o episódio IV, afinal, sobreviventes de uma missão de risco como essa seriam idolatrados e com certeza teriam algum momento de glória ou participação em Uma Nova Esperança, o que não ocorreu.
Entretanto, o diretor Gareth Edwards não ficou tão feliz assim com a ideia de matar todo mundo. Em entrevista à revista Empire, disse que "ficava esperando alguém dizer 'Quer saber? Podemos só filmar uma cena em que vemos que Jyn e Cassian estão bem em outro planeta?', mas isso nunca veio, ninguém nunca nos disse isso, então tivemos que matá-los".
Outro destaque foi para os modos de captura de imagem. Rogue One estava em uma linha "câmera na mão" que acompanhava o movimento dos personagens, mais comum em filmes de ação, mas que fugia dos planos convencionais e bem estruturados que costumam ser utilizados em Star Wars. Para manter mais próximo do original, muita coisa foi refeita.
Apesar do trabalho que todas essas mudanças devem ter dado, foi uma escolha sábia. Rogue One, apesar de não fazer parte da saga original, ainda é uma história de Star Wars e merece assemelhar-se às formas e conteúdo tão típicos dos filmes que conquistaram o mundo nos anos 80. Trazer esses elementos simples, porém essenciais, é a chave para que o clássico continue a fazer sucesso e que as novas gerações se tornem tão fãs como as de outrora.
Dróides C-3PO e R2-D2 em Uma Nova Esperança (1977) |
Como se não bastasse, os épicos C-3PO e R2-D2 fazem uma aparição no filme. Pequena, nada mais que cinco segundos, sem grande destaque ou importância para a cena, apenas um C-3PO reclamando de nunca saber o que está acontecendo - como sempre. Uma amostra de fanservice que deu certo. O suficiente para fazer todos os fãs vibrarem em suas cadeiras e aquele sorriso bobo se formar.
Mudanças de última hora
O filme já havia sido totalmente gravado, mas durante o processo de edição os responsáveis não estavam muito satisfeitos com o resultado e resolveram não só regravar algumas cenas, mas refazer parte do roteiro. A mudança pode ser percebida inclusive nos trailers, que apresentam muitas cenas que foram cortadas da versão oficial exibida nos cinemas.
Cena cortada: Jyn sobrevive e analisa os planos da Estrela da Morte |
Entretanto, o diretor Gareth Edwards não ficou tão feliz assim com a ideia de matar todo mundo. Em entrevista à revista Empire, disse que "ficava esperando alguém dizer 'Quer saber? Podemos só filmar uma cena em que vemos que Jyn e Cassian estão bem em outro planeta?', mas isso nunca veio, ninguém nunca nos disse isso, então tivemos que matá-los".
Cena cortada: Jyn e Cassian correndo em meio a um tiroteio, a garota com os arquivos roubados na mão |
Apesar do trabalho que todas essas mudanças devem ter dado, foi uma escolha sábia. Rogue One, apesar de não fazer parte da saga original, ainda é uma história de Star Wars e merece assemelhar-se às formas e conteúdo tão típicos dos filmes que conquistaram o mundo nos anos 80. Trazer esses elementos simples, porém essenciais, é a chave para que o clássico continue a fazer sucesso e que as novas gerações se tornem tão fãs como as de outrora.
Fonte e inspiração: O Globo, Aficionados, Jovem Nerd, Omelete, Cadê a Chave?
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