"Um livro de perguntas
móveis e mutantes, sem respostas prontas, que nos convida a procurar o jardim
de inesgotáveis possibilidades criativas que existe em cada um de nós". É
assim que Adriana Peliano, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil,
descreve Alice no País das Maravilhas.
O enredo que viria a se tornar
mundialmente conhecido surgiu oralmente em um passeio de barco que fazia com
três filhas de Henry Liddell pelo rio Tâmisa, em 4 de julho de 1862. Durante a
viagem, Charles que cresceu contando histórias aos seus dez irmãos, improvisou
um conto fantástico a pedido das meninas em que Alice, sua preferida entre as
três, era a protagonista.
Ainda usou elementos do
cotidiano de sua vida e das garotas a fim de tornar a aventura mais familiar às
ouvintes, incorporando, por exemplo, o coelho de estimação que elas possuíam,
referência política ao relacionar a Rainha de Copas à Rainha Vitória, e mesmo
um excêntrico vendedor de móveis, Theophilus Carter, que viria a ser base para
o Chapeleiro.
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Registro da Rainha Vitória feito em 1860. |
No fim daquele mesmo ano,
transformou a história da garota que caía em um buraco em um pequeno livro sob
o título "As aventuras de Alice debaixo da terra", que deu a Alice
Liddell como presente de Natal. A ideia de publicar a história, entretanto,
veio somente três anos mais tarde, quando releu o texto e alterou seu nome para
“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, comumente chamado apenas de
“Alice no País das Maravilhas”. Henry Kingsley, também escritor, sugeriu que
Alice fosse publicado sem especificar se o texto era dedicado a adultos ou
crianças.
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Gato de Cheshire, por John Tenniel, para a obra de Lewis Carroll.
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O celebrado artista inglês John
Tenniel foi o primeiro a ilustrar Alice no País das Maravilhas, em 1865. Sete
anos depois, quando Carroll publicou Alice através do espelho, Tenniel também
assinou as ilustrações.
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