Antes mesmo de comentar sobre a história, parabenizo a Illustrarte Desing e Produção Editoral pelo excelente resultado alcançado na diagramação da obra, deixando-a extremamente confortável à leitura com ótimos espaçamentos, fontes (Goudy, adoro!) e tamanhos que fazem bem aos olhos, além da "ô de casa", que fez um serviço de luxo ao adaptar as artes de Tad Carpenter (que, inclusive, se tornaram a marca registrada do livro) a nossa edição em português-brasileiro: para quem baba em capaz azuis, um must-have em sua estante.
Em inglês, costuma-se entender que algo "blue" é algo triste, ao contrário do português, que quando algo está "azul" é porque está tudo bem. Embora possa não ter fundamento essa minha interpretação, acredito que esse azul possa representar ambos os sentimentos que nosso personagem protagonista, August, viverá ao longo de sua história.
August nasceu com uma síndrome genética rara cuja sequela é uma deformidade facial. Com apenas dez anos de vida, já passou por 27 cirurgias não somente de correção estética, mas para que ele pudesse respirar, enxergar e ouvir melhor, mas que de acordo com o próprio, não o fizeram parecer normal.
Pela primeira vez, Auggie, como é comumente chamado, vai à escola. Embora seja sua primeira vez em uma sala de aula, é um garoto muito esperto e inteligente, pois havia sido ensinado em casa pela própria mãe: o dever de casa não será um problema, mas essa nova fase de sua vida o obrigará a conviver com a sinceridade infantil que, por muitas vezes, pode ser cruel.
Nesse desafio de desenvolvimento social Auggie representa todos os desajustados em seus tempos de escola, aqueles que simplesmente não se encaixavam ou que eram rejeitados por sua aparência, personalidade, comportamento ou qualquer outro fator que possa acarretar em preconceito e exclusão, ainda que entre crianças.
"Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil", diz o primeiro de muitos preceitos apresentados por Sr. Browne, professor de August, sendo a frase originalmente de Dr. Wayne W. Dyer, autor estadunidense de livros de auto-ajuda. Essas frases levam grande importância ao decorrer do livro, sendo levadas a sério não somente pela lição de casa de "entender seu significado e escrever uma redação sobre o preceito", mas por viver seu significado. Assim, o pequeno Auggie começa a sua luta contra o bullying e para provar a maior mensagem de sua história, "não julgue umlivro menino pela capa cara".
Em meio a suas batalhas diárias no colégio com o sofrimento por ser renegado como se estivesse com o "toque do queijo", em uma grande referência a outro clássico moderno da literatura infantil, "Diário de um Banana", somos apresentados a outros personagens extraordinários como sua irmã mais velha Olivia, seu namorado Justin e os pequenos Jack e Summer da escola - além de alguns não tão extraordinários assim, mas tem que ter aquele drama pra história andar, né?
Estes personagens, assim como August, ganham alguns capítulos no livro para nos apresentar a novos ângulos dos acontecimentos em questão. Escritos sempre em primeira pessoa, cada capítulo vem recheado com as características próprias de seus personagens, como se a autora possuísse vários heterônimos (uma "Fernando Pessoa" do século XXI?) e conseguisse apresentá-los com maestria ao longo de suas narrativas. A mais impressionante, talvez, seja a de Justin, que apresenta pobreza gramatical, ausência de letras maiúsculas e escassez na pontuação, o que acaba tornando-se um pequeno-grande incômodo para a leitura, mas algo interessante a ser analisado.
August nasceu com uma síndrome genética rara cuja sequela é uma deformidade facial. Com apenas dez anos de vida, já passou por 27 cirurgias não somente de correção estética, mas para que ele pudesse respirar, enxergar e ouvir melhor, mas que de acordo com o próprio, não o fizeram parecer normal.
Pela primeira vez, Auggie, como é comumente chamado, vai à escola. Embora seja sua primeira vez em uma sala de aula, é um garoto muito esperto e inteligente, pois havia sido ensinado em casa pela própria mãe: o dever de casa não será um problema, mas essa nova fase de sua vida o obrigará a conviver com a sinceridade infantil que, por muitas vezes, pode ser cruel.
Nesse desafio de desenvolvimento social Auggie representa todos os desajustados em seus tempos de escola, aqueles que simplesmente não se encaixavam ou que eram rejeitados por sua aparência, personalidade, comportamento ou qualquer outro fator que possa acarretar em preconceito e exclusão, ainda que entre crianças.
"Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil", diz o primeiro de muitos preceitos apresentados por Sr. Browne, professor de August, sendo a frase originalmente de Dr. Wayne W. Dyer, autor estadunidense de livros de auto-ajuda. Essas frases levam grande importância ao decorrer do livro, sendo levadas a sério não somente pela lição de casa de "entender seu significado e escrever uma redação sobre o preceito", mas por viver seu significado. Assim, o pequeno Auggie começa a sua luta contra o bullying e para provar a maior mensagem de sua história, "não julgue um
Em meio a suas batalhas diárias no colégio com o sofrimento por ser renegado como se estivesse com o "toque do queijo", em uma grande referência a outro clássico moderno da literatura infantil, "Diário de um Banana", somos apresentados a outros personagens extraordinários como sua irmã mais velha Olivia, seu namorado Justin e os pequenos Jack e Summer da escola - além de alguns não tão extraordinários assim, mas tem que ter aquele drama pra história andar, né?
Estes personagens, assim como August, ganham alguns capítulos no livro para nos apresentar a novos ângulos dos acontecimentos em questão. Escritos sempre em primeira pessoa, cada capítulo vem recheado com as características próprias de seus personagens, como se a autora possuísse vários heterônimos (uma "Fernando Pessoa" do século XXI?) e conseguisse apresentá-los com maestria ao longo de suas narrativas. A mais impressionante, talvez, seja a de Justin, que apresenta pobreza gramatical, ausência de letras maiúsculas e escassez na pontuação, o que acaba tornando-se um pequeno-grande incômodo para a leitura, mas algo interessante a ser analisado.
Não há dúvidas, entretanto, de que os melhores capítulos são os que August narra sua própria vida: o garoto de dez anos é um tremendo nerd apaixonado por coisas como Star Wars, O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia, e sua narrativa apresenta inúmeras referências a tudo o que ele ama: se o Capitão América lesse este livro, ele ficaria louco!
Auggie, enquanto tenta provar a todos que é um menino comum por dentro, recebe a graça da evolução pessoal que, mesmo sem perceber, o faz também se aceitar por fora, e quando a autoaceitação se faz presente em nossas vidas, já é meio caminho andado rumo a aceitação pública, e essa Auggie conquista com uma força muito maior que a aparência: com seu carisma e bom humor.
Já o livro conquista, principalmente, por sua bela história, mas é impossível deixar de lado o quão cativante é a escrita simples mas não boçal de J. R. Palacio (com a doce tradução de Rachel Agavino), cujo romance de estreia foi o próprio Extraordinário, que rendeu-lhe ainda alguns derivados como 365 Dias Extraordinários (com os preceitos do Sr. Browne), Auggie & Eu, Diário Extraordinário e Somos Todos Extraordinários.
Com uma boa mensagem e linguagem acessível, não se limita apenas ao público infanto-juvenil, podendo ser devidamente aproveitado por pessoas de todas as idades, inclusive em salas de aula, dada a importância e necessidade da gentileza no ambiente escolar, onde mais são registrados casos de bullying.
A Intrínseca possui em seu site uma página totalmente dedicada a Extraordinário onde é possível adquirir maiores informações sobre o livro, sobre a autora, ler seu primeiro capítulo gratuitamente e comprar a obra em versão física e/ou digital por diversas lojas autorizadas.
Ficha Técnica
Autora: J. R. Palacio
Título original: Wonder
Título adaptado: Extraordinário
Gênero: Ficção americana, literatura juvenil
Lançamento no Brasil: Setembro de 2013
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
6 Comentários
Amei Extraordinario, mas confesso que li com taaaantas expectativas de tanto que falaram que não achei taaaao extraordinário assim haha. Mas é um livro lindo e eu quero muito ir ver o filme!
ResponderExcluirBeijos
Próxima Primavera
Poxaaa huahsuahsu eu li com muitas expectativas e superei todas!
ExcluirO filme é incrível também!
Beijos~
Essas fotos são lindas, esse livro é incrível.
ResponderExcluirNão vejo a hora de ver a adaptação no cinema ♥
Beijinhos ;*
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Assisti logo que saiu e estou encantada até agora!
ExcluirEi, Karol, tudo bem?
ResponderExcluirMenina, acredita que eu nunca tinha parado para pensar sobre a questão da cor azul do livro? Agora que você falou, realmente faz sentido.
Este livro é incrível! Me emocionei várias vezes durante a leitura, principalmente no final. O August é um garoto extraordinário mesmo <3
Enfim, amei sua resenha!
Beijão
Cantinho da Escrita
Eeeei, tudo bem sim, e contigo?
ExcluirFoi muito aleatória o modo como isso surgiu na minha mente, mas realmente tem certo sentido. A cor azul é cheia de significado!
Também me emocionei em várias partes do livro, impossível não chorar :(
Beijos!