Publicado pela Editora Areia em 2016, "Chiclete para Guardar pra Depois" é uma coletânea de crônicas da autora Andreia Evaristo, de Allegra Antes do Play, curitibana licenciada em Letras que escreve para o seu blog pessoal, Qualquer Sentido, e é cronista no Jornal A Notícia, de Joinville, cidade na qual passou - e passa - a maior parte de sua vida.
Os 37 textos nos dão a impressão de estarmos invadindo a privacidade da autora e lendo seu diário de tão íntimos que são seus relatos sobre amadurecimento, dietas, aceitação, machismo, Natais, sua rotina profissional e viagens de ônibus, por exemplo, sendo estes apenas alguns dos muitos temas abordados sob o olhar de uma mulher forte, professora, escritora, esposa e chocólatra que tem muito a dizer - e diz mesmo - que é Andreia Evaristo.
Com um tom de simpatia, seus textos, embora muito pessoais, conseguem ser universais e liberar aquela sensação gostosa que é a se ler algo prazeroso e ainda se identificar com a obra, de compartilhar um pedacinho da sua vida com outra pessoa. O vocabulário é simples e respeitoso, mas não infantil, o que facilita a leitura e a dá um ritmo quentinho sem desmerecer a capacidade intelectual do leitor, ponto chave das crônica de sucesso e qualidade.
A minha narrativa preferida da seleção é "Um Gato Chamado Felicidade", que faz analogia entre o sentimento e a experiência de ter um gato. Como dona de cachorro, não chego a me identificar, mas essa é uma daquelas crônicas que não cobra a identificação do leitor para conquistá-lo, mas a sua sensibilidade - essa que, como boa pisciana, tenho de sobra. O modo como a autora descreve o impossível processo de controlar um gato como nossas tentativas de dominar a felicidade nos faz perceber que, nas palavras da própria, "quando você para de tentar capturá-la em cima da geladeira,ou atrás dos móveis, ou mesmo para de tentar aprisioná-la no quintal, ela vem de mansinho, ronronando, se esfrega em suas pernas.".
A capa me lembra uma estética meio juventude dos anos 90, como revistas voltadas para o público feminino adolescente da época, como a antiga Capricho, que apresentava na maioria de suas capas uma modelo/cantora/atriz em frente a fundos coloridos lisos. Remetendo ao título do livro e ao processo de leitura do mesmo, seu miolo traz três ilustrações de chicletes: a primeira, próxima ao começo do livro, apresenta uma bolha de chiclete que já começou a ser mastigado, para o meio, a segunda ilustração mostra essa bolhada sendo estourada enquanto, a última ilustração, já mostra o chiclete grudado em alguma superfície, finalizado. A diagramação é leve aos olhos, com uma fonte grande, mas sem exageros, e um bom espaçamento que torna a leitura ainda mais agradável.
A obra pode ser adquirida em formato físico entrando em contato com a própria autora ou em formato digital pela Amazon por apenas R$1,99. Se ainda está em dúvidas, 10% da obra está disponível para degustação no Wattpad para te convencer com os próprios olhos de que é válido investir seu dinheiro nas crônicas da Andreia Evaristo que, embora o título sugira uma leitura lenta, seu conteúdo te obriga a continuar lendo até encontrar o seu fim.
2 Comentários
Oie Karol o/ Eu gosto de ler livros e de acordo com o que você falou esse parece interessante aliás coisas que dão essa sensação boa que nem você falou me agradam em livros aushaushau. E "Um Gato Chamado Felicidade" mas que gracinha amo quando põe animais em livros fica tão fofo.
ResponderExcluirSnack Cheese ♥ Viva o leite ~🍪v i s i t e - n o s🍪
Karooool, que lindo!
ResponderExcluirAdorei.
Fico feliz em ter conseguido sensibilizá-la como leitora. Melhor ainda é "ler" meu livro através dos seus olhos.
Beijo grande no coração. ❤