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A relação entre os personagens de “A Korean Odyssey” e “Jornada para o Oeste”


A Korean Odyssey (ou Hwayugi, ou Uma Odisseia Coreana) é um drama coreano da tvN que foi transmitido entre dezembro de 2017 e março de 2018. Escrito pelas já conhecidas irmãs Hong, seu roteiro foi inspirado no romance chinês "Jornada para o Oeste", do escritor Wu Chengen, que também deu origem ao anime japonês Dragon Ball.

Mas deixemos Goku para outra hora: essa publicação é sobre a relação do livro com o drama coreano, cuja sinopse narra "A tentativa de invencibilidade de uma criatura mítica que se auto-serve sai pela culatra quando ele se encontra à mercê de uma mulher que consegue ver espíritos sobrenaturais. Son Oh Gong e o rei Woo Ma estão em conflito um com o outro e procuram uma luz verdadeira num mundo escuro onde os males existem em todo o lado.".


Com essa trama, reinterpreta o livro chinês para os dias atuais e adiciona um toque bem coreano de fantasia romântica, típico dos dramas televisivos do país. Da história original, segue forte com os personagens e suas respectivas personalidades, começando pelo protagonista Son Oh Gong, também conhecido como o Rei Macaco. O nome Son Oh Gong é uma forma "coreanizada" de escrever o nome do protagonista chinês, Sun Wu Kong, uma vez que "Wu" significa "cinco", assim como "Oh", na tradução.

"Nenhum conto é mais selvagem, mais perigoso, mais excitante que o do Rei Macaco e seus grandes companheiros em sua famosa Jornada para o Oeste. Você vê que o rei dos macacos era ao mesmo tempo amado e um grande terror para os seres celestiais e demoníacos. Muitos o chamavam de amigo, mas seu caráter era caprichoso. Pois tal é a natureza desses seres travessos. Muito parecido com crianças pequenas, ainda não maduras e sem a sabedoria da idade e do tempo, os macacos podem ser imprudentes, descuidados e ter uma tendência muito ruim de se apressar com arrogância para lugares que nem mesmo os mais corajosos reis ousariam ir."


Assim, relacionamos com o nosso Oh Gong do drama, que embora não fosse muito sábio, era inteligente e sabia quais passos dar, embora ainda tivesse muito a aprender. Mesmo com todas as habilidades mágicas que possuía, não era muito confiável, pois além de egoísta, inconstante e exigente, acreditava que seus poderes o tornavam mais forte e sábio que as outras divindades. Essas  ainda viam potencial no macaco como rei, mas sabiam que seria necessário muito amadurecimento para ser digno do trono.

No livro, depois de causar muitos problemas para os céus, como roubar os pêssegos da imortalidade e matar muitos seres celestiais por birra, acaba em guerra com o Imperador de Jade e é punido por Buda a refletir sobre seu comportamento, jogando a Montanha dos Cinco Dedos em cima de Sun WuKong, onde ficou preso por quinhentos anos, até ter sua pena intercedida pela Deusa da Misericórdia, que convence Buda a libertá-lo. Há uma condição, entretanto: ele deve proteger o monge Xuanzang durante sua viagem ao oeste, em busca das sagradas escrituras budistas.


A aventura não anima Wu Kong e, para garantir que tudo corra bem, a Deusa da Misericórdia coloca um círculo mágico em sua cabeça e, toda vez que ela repetir o encanto, o Rei Macaco sentirá uma dor horrível para se lembrar de seu trato. Para a jornada, leva dois companheiros: Pigsy, um porco mulherengo, sonolento, amante de comida e vinho e tão arrogante quanto Wu Kong; e Sandy, um grande general de Céu que quebrou um vaso por birra e foi enviado para a terra em punição. No drama, são respectivamente representados por P.K e Sa Oh Jeong.

Essa jornada, prevista para durar 14 anos e algumas centenas de milhares de quilômetros, promete muitos desafios em seu caminho, principalmente pelo monge ser ingênuo, facilmente enganado por demônios em forma humana: Todos estavam interessados ​​em comer o monge para ganhar poder, e cabia ao Rei Macaco protegê-lo. Fica claro que o monge, no drama, aparece na figura de Jin Seon Mi. Assim como na versão coreana, o macaco acaba desenvolvendo sentimentos por aquele que precisa proteger, mesmo que inicialmente contra a sua vontade - representada em A Korean Odyssey pelo bracelete e, na narrativa original, pela ordem de Buda. Entretanto, no livro, a relação é feita de forma amistosa, e não romântica, quando Wukong cria laços de amizade com o monge ao longo da Jornada para o Oeste.


Cada aventura ensinava suas próprias lições sobre a vida e sobre as virtudes, mas houveram grandes desafios no caminho, como o Rei Touro Demônio e a Princesa Leque de Ferro, casados. No começo da aventura, o Rei Macaco e o Rei Demônio se tornam amigos por falta de uma palavra melhor, embora “irmãos de pacto” seja talvez mais apropriado. Vale ressaltar ainda que o Rei Demônico era muito mais inteligente e poderoso, com uma posição mais alta que o Rei Macaco. Em Uma Odisseia Coreana, o nome do Rei Demônio também aparece, sendo também conhecido como Wang Woo Ma.

Em meio a muitas batalhas e aprendizagens, Jornada para o Oeste introduz às crianças ao bom comportamento e a sabedoria, com um protagonista que não era malvado, apenas imaturo e egocêntrico, mas com muito potencial a crescer: bastava apenas se livra da ganância e da imprudência. O livro está disponível em português e pode ser facilmente adquirido pela internet por quem tiver interesse em conhecer na íntegra a história que deu origem ao drama da tvN, mas não espere nenhum romance entre o monge e o macaco: essa versão mais sentimental foi invenção das irmãs Hong para a televisão coreana.

Inspiração: My Drama List, UOL
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