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Os Incríveis 2 acerta na abordagem e é uma excelente sequência | Crítica


Após 14 anos de espera, Os Incríveis 2 finalmente chegou aos cinemas mundiais no mês de junho, com estreia no Brasil na última quinta-feira (28) que arrastou multidões de adultos e crianças para conferirem o retorno da mais espetacular família superpoderosa nas grandes telas, mais uma vez com direção e roteiro de Brad Bird. 

Em 2004 vimos Roberto Pêra assumindo uma missão de risco e sendo resgatado por sua família no primeiro filme, o segundo apresenta uma digna inversão de papéis quando, agora, é a vez de Helena Pêra mostrar a que veio ao ajudar a colocar em prática um plano que prevê a legalização dos super-heróis no mundo. 


O grande destaque da produção, entretanto, não vai nem para Helena nem para o seu marido, mas para as crianças e, principalmente, Zezé. As melhores lutas e cenas mais divertidas envolvem os pequenos heróis e toda a dramaticidade cômica que acompanha a infância e adolescência dos personagens, ainda mais quando se trata do desenvolvimento dos poderes de Zezé, um show a parte para o longa - assim como as dificuldades de Roberto em assumir o papel de "dona de casa". 

Temos o retorno de alguns personagens já conhecidos, com ênfase nos queridos Gelado e Edna, tão engraçados e únicos como nunca, que dão uma força especial para completar o time principal da trama. Alguns novos rostos também entram em cena, seja como super-heróis divertidos e em fase de autodescoberta, seja como vilões.


O vilão da vez, já visto no trailer como O Hipnotizador, é bastante previsível em suas ações, mas carrega consigo alguns elementos interessantes como a questão das telas, por onde ataca, levando o filme a trabalhar com a questão da sociedade vigiada, conceito que está sendo comentado desde o século passado, surgido no livro 1984, de George Orwell, como uma previsão certeira de nossa sociedade atual: há telas por todos os lados e somos vítimas delas, não há como fugir.

Com esse, já são três temas sociais inseridos dentro do roteiro do filme: feminismo, direitos das minorias e controle midiático, assuntos de grande relevância que tornam-se pautas necessárias dentro de um filme atual, mas que Os Incríveis consegue passar com a exímia qualidade de não "forçar a barra" ou deixar "óbvio demais", por ser algo que já faz parte de seu enredo e tem sido explorado desde o primeiro filme.


Não é, portanto, uma grande novidade, mas saber que, mesmo com um período de catorze anos entre os filmes, não se perdeu em si e conseguiu representar novamente sua atemporalidade ao continuar agregando temas como estes - embora seja triste que estes assuntos ainda precisem ser discutidos dessa forma. Pode se tratar de uma animação voltada principalmente para o público infantil, mas engana-se quem ainda pensa que filmes Disney/Pixar são apenas entretenimento - os pontos problemas estão lá, prontos para iniciarem debates importantes para a sociedade atual e com uma linguagem acessível e representativa para qualquer público.

Os Incríveis 2 não tem cena pós-créditos, mas vale ficar para ver todo o trabalho de design e diagramação realizado nos mesmos. A impressão que fica é que a Disney-Pixar está, com este, se preparando para uma nova perspectiva 3D que deve ser lançada em breve, conforme os créditos são apresentados de uma maneira totalmente inovadora, com novos ângulos que dão profundidade ao texto. 


Tão bom quanto o primeiro e passado apenas alguns poucos minutos após seu final, fez com que toda a espera valesse a pena, mas não adianta elevar as expectativas de um terceiro filme: levou mais de uma década para Brad Bird ser convencido a produzir uma sequência do longa e, quanto a seus outros trabalhos, como Ratatouille e o Gigante de Ferro, já foi firme em seu "não", mas a esperança é a última que morre - ainda mais quando se fala em Disney-Pixar.

Sem se preocupar com o futuro da franquia, aproveite o momento e corra agora para garantir o seu ingresso de Os Incríveis 2 e conferir as novas aventuras da família mais incrível (trocadilho obrigatório) dos cinemas. O filme está imperdível!

Fotos: The Walt Disney Company France
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