Sarah Andersen já conquistou mais de dois milhões e meio de pessoas em seu Facebook, Sarah's Scribbles, onde publica suas tirinhas certeiras e bem-humoradas sobre as estranhezas da vida adulta moderna. Seus trabalhos como quadrinista já renderam três livros e, o primeiro deles, publicado em 2016, é o Ninguém vira adulto de verdade - e só o título já um grande tapa na cara.
Uma dúvida geral é sobre quando, exatamente, a vida adulta começa. Quando nos tornamos maior de idade? Quando começamos a trabalhar? Quando pagamos o primeiro boleto? Não existe um dia com hora marcada para este grande evento da vida, mas sim uma sucessão de peculiaridades e agonias que vão sendo vividas ao longo dos anos. Cruzes. Mas é exatamente isso que Andersen aborda nessa seleção de tirinhas.
De uma forma hilária e cativante, seus desenhos a traços simples sobre situações cotidianas de qualquer jovem adulto da modernidade causam grande identificação nesses leitores. Afinal, quem nunca procrastinou as obrigações o dia inteiro ou fez aquele drama pra sair da cama quentinha para ter que... VIVER? Me deu coceira só de pensar.
O livro também retrata outros desesperos comuns, como a faculdade, trabalho, relacionamentos, autoestima (sempre baixa, não é mesmo?) e a introversão. Até mesmo a frequência com qual lavamos o sutiã vira quadrinhos na ponta do lápis de Andersen, com o seu jeitinho carismático de fazer a gente concordar com algo embaraçoso sem sentir vergonha, e dizer um "meu, eu também faço isso!" com até mesmo um certo orgulho por não ser mais o único ser esquisito do mundo. É uma parceira de bizarrices sem fim.
Para as mulheres, principalmente, o livro funciona como um guia de autoajuda ou "amiga de bolsa", conforme as tirinhas de Sarah realmente conversam com a nossa feminilidade - ou "falta de", segundo algumas regras da sociedade. Ao abordar temas como a falta de desejo de ter filhos, o tabu da menstruação, aceitação pública de pelos das pernas ou tamanhos desconfortáveis roupas, fala diretamente com outras mulheres, o público possível a viver essas situações tão peculiares e desagradáveis.
A ideia de amor também é muito frequente em suas tirinhas, seja nos planos do amor próprio e de sua autoaceitação ou não, como nos planos de um relacionamento a dois, onde somos apresentado ao seu namorado, suas expectativas para o futuro e os desejos em comum, como aquela vontade de ficar abraçadinho na cama o dia inteiro, a vida inteira e não poder, porque a vida adulta tem dessas coisas.
Mas se em meio a todo esse bololô de decepções, medos, estranhezas e mistos de sentimentos a vida adulta também nos proporciona ter um entendimento maior e mais profundo da imensa sensibilidade cômica colocada por Andersen em suas tirinhas, então talvez nem tudo ainda esteja perdido. Pelo menos não estamos tão sozinhos quanto pensávamos e, de algum modo, isso é um pouco reconfortante:
Nessa fase, o sentimento que prevalece é o de estarmos sozinhos, desamparados em uma rua escura e fria, mas a verdade é que são poucos aqueles Adultos Assumidos, com A maiúsculo, e Sarah Andersen criou um time de mais de dois milhões de gente que se identifica com o desespero de não ter a mínima ideia do que está fazendo com a própria vida e resume muito bem essa experiência de loucura em sua primeira coletânea de quadrinhos porque, pra falar a verdade, ninguém vira adulto de verdade.
Para as mulheres, principalmente, o livro funciona como um guia de autoajuda ou "amiga de bolsa", conforme as tirinhas de Sarah realmente conversam com a nossa feminilidade - ou "falta de", segundo algumas regras da sociedade. Ao abordar temas como a falta de desejo de ter filhos, o tabu da menstruação, aceitação pública de pelos das pernas ou tamanhos desconfortáveis roupas, fala diretamente com outras mulheres, o público possível a viver essas situações tão peculiares e desagradáveis.
A ideia de amor também é muito frequente em suas tirinhas, seja nos planos do amor próprio e de sua autoaceitação ou não, como nos planos de um relacionamento a dois, onde somos apresentado ao seu namorado, suas expectativas para o futuro e os desejos em comum, como aquela vontade de ficar abraçadinho na cama o dia inteiro, a vida inteira e não poder, porque a vida adulta tem dessas coisas.
Mas se em meio a todo esse bololô de decepções, medos, estranhezas e mistos de sentimentos a vida adulta também nos proporciona ter um entendimento maior e mais profundo da imensa sensibilidade cômica colocada por Andersen em suas tirinhas, então talvez nem tudo ainda esteja perdido. Pelo menos não estamos tão sozinhos quanto pensávamos e, de algum modo, isso é um pouco reconfortante:
Nessa fase, o sentimento que prevalece é o de estarmos sozinhos, desamparados em uma rua escura e fria, mas a verdade é que são poucos aqueles Adultos Assumidos, com A maiúsculo, e Sarah Andersen criou um time de mais de dois milhões de gente que se identifica com o desespero de não ter a mínima ideia do que está fazendo com a própria vida e resume muito bem essa experiência de loucura em sua primeira coletânea de quadrinhos porque, pra falar a verdade, ninguém vira adulto de verdade.
Abraço coletivo?
2 Comentários
Esss livro me representa! 💛
ResponderExcluirEu amo as tirinhas dela e super me identifico kkkk sou recém casada e nunca achei que ia ter que resolver certos problemas da "vida adulta" haha pagar contas, resolver pepinos, ir sozinha e entre outros que fico pensando "Meu Deus eu tô fazendo mesmo isso? Mas não me sinto crescida, o que eu tô fazendo com minha vida??!!" kkkkkkkkk adoro isso mas realmente como você disse, entro em desespero XD
ResponderExcluirApenas eu, Day