Inspirado no romance homônimo de Josh Malerman, Bird Box (ou Caixa de Pássaros) é um novo filme original Netflix que tem estreia esperada para o dia 21 de dezembro, mas já pôde ser conferido por alguns brasileiros com exclusividade pela CCXP 18, no último domingo (09), em São Paulo, com participação da diva Sandra Bullock, do ator Trevante Rhodes e do produtor Dylan Clark. O Elfo Livre esteve lá.
O longa é uma narrativa distópica com direção da aclamada dinamarquesa Susanne Bier, ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Hævnen, em 2011. Na trama de terror psicológico, o mundo é tomado por uma onda de suicídios violentos provocados pela visão de algo desconhecido, porém fatal: abrir os olhos pode significar sua morte. Sempre vendados, uma mãe e seu casal de filhos fazem parte de um seleto grupo de sobreviventes que, em busca de chances de uma vida melhor, partem em uma perigosa viagem de barco, com muito medo e esperança na bagagem.
Narrativas pós-apocalípticas são sempre interessantes, seja no cinema ou na literatura, e nunca nos cansamos delas, com sempre algo novo a oferecerem. Nesse filme, o diferencial fica na carga emotiva, enquanto acompanha-se a jornada de uma mulher que ainda enfrenta dificuldades em encarar sua maternidade, mas que descobrirá sobre o amor de mãe da forma mais cruel possível.
A evolução poderia ter se tornado cansativa, mas o filme aborda o passado e o presente de forma não linear, intercalando entre o início das ondas de suicídios e os dias atuais, já deteriorados e com poucas chances de sobrevivências, nos dando ao mesmo tempo duas visões completamente diferentes de uma mesma mulher, Malorie, personagem de Bullock (divina em tudo o que faz e que, neste, não seria diferente), que amadureceu com os socos da vida.
Nesse quesito, o filme ainda emociona com o apego, palavra (ou melhor, sensação) que se torna essencial para o fio narrativo. Em um cenário de morte, apegar-se a algo ou alguém pode significar sofrimento, mas ser ou sentir-se sozinho também pode ser algo ruim. Quando a vida dos personagens entram em jogo e escolhas difíceis precisam ser feitas, o espectador sente, o espectador sofre, e os melhores filmes fazem isso conosco.
Mesmo no plano das imagens, muitas questões, como os próprios medos, são tratadas com subjetividade, e dar ao público esse quê imaginário é extremamente enriquecedor em uma obra na qual as nossas relações com o enredo importam: conforme nos relacionamos com os personagens e acontecimentos da narrativa, criamos laços que tornam-a ainda mais emotiva e, portanto, eficaz. E eficiência é a palavra-chave desse longa.
A evolução poderia ter se tornado cansativa, mas o filme aborda o passado e o presente de forma não linear, intercalando entre o início das ondas de suicídios e os dias atuais, já deteriorados e com poucas chances de sobrevivências, nos dando ao mesmo tempo duas visões completamente diferentes de uma mesma mulher, Malorie, personagem de Bullock (divina em tudo o que faz e que, neste, não seria diferente), que amadureceu com os socos da vida.
Nesse quesito, o filme ainda emociona com o apego, palavra (ou melhor, sensação) que se torna essencial para o fio narrativo. Em um cenário de morte, apegar-se a algo ou alguém pode significar sofrimento, mas ser ou sentir-se sozinho também pode ser algo ruim. Quando a vida dos personagens entram em jogo e escolhas difíceis precisam ser feitas, o espectador sente, o espectador sofre, e os melhores filmes fazem isso conosco.
Mesmo no plano das imagens, muitas questões, como os próprios medos, são tratadas com subjetividade, e dar ao público esse quê imaginário é extremamente enriquecedor em uma obra na qual as nossas relações com o enredo importam: conforme nos relacionamos com os personagens e acontecimentos da narrativa, criamos laços que tornam-a ainda mais emotiva e, portanto, eficaz. E eficiência é a palavra-chave desse longa.
Tudo nele é muito bem pensado, do começo ao fim: a mensagem principal não é dada logo de cara, e há um plot-twist bacana a ser desvendado ao longo da narrativa, inclusive a relação com o título e a presença dos pássaros no filme - bastante poético, diga-se de passagem. Não se passa em branco a fotografia singela, apertada e escura, mostrando a claustrofobia dos ambientes e as expressões mais verídicas dos personagens, agraciando o público com uma beleza visual que representa o horrendo apocalíptico e o que há de pior no mundo - com o melhor guardado no fundo do coração, pra mais tarde.
No Brasil o livro é publicado pela editora Intrínseca, mas não o li ainda, impossibilitando-me portanto de comparar os dois produtos. Sem saber suas semelhanças ou diferenças com a obra original literária, afirmo que o filme, como um resultado isolado, é bastante competente em sua missão de aterrorizar psicológicos. Portanto, não espere algo para ver por mero prazer: esse filme vai assombrar suas sensações e pensamentos por pelo menos algumas boas horas - e isso é ótimo. A Netflix realmente mandou muito bem nessa produção.
Não abra os olhos.
Bird Box chega oficialmente à Netflix em 21 de dezembro.
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