Erased, também conhecido como The Town Where Only I Am Missing, é um filme japonês de 2017 produzido pela Netflix com base no mangá Boku Dake ga Inai Machi (僕だけがいない街), de Kei Sanbe, que aborda a vida de Satoru Fujinuma (Furukawa Yuki), um jovem aspirante a mangaka que tem a incrível e incontrolável habilidade que o permite voltar no tempo para evitar que terríveis incidentes e acidentes aconteçam.
Suas viagens costumam tomar cerca de apenas cinco minutos para o passado, mas uma grande jornada se inicia em sua vida após o assassinato de sua mãe, que o leva diretamente de volta há 18 anos, quando ainda era uma criança do fundamental que presenciou uma série de sequestros infantis. O que será que Satoru precisa mudar no passado tão distante para evitar a morte de sua mãe no presente?
Não só isso, o que essas mudanças afetarão em sua vida? Se tem uma coisa que sabemos sobre filmes dentro dessa incrível e abrangente temática de viagem temporal é que mexer com o passado nem sempre é uma boa ideia, sendo inevitáveis as consequências que qualquer alteração em nossa história geram em nosso presente. Satoru precisará dividir-se entre dois tempos diferentes e buscar dentro de si mesmo as suas mais puras motivações para atingir o desfecho perfeito para sua narrativa turbulenta e sensível, mas muito sensível.
Ao longo de sua aventura, diversos personagens cruzarão sua vida e terão papéis essenciais em sua existência, seja no ontem, no hoje ou no amanhã. Duas meninas, em especial, farão dessa jornada uma lição de vida na qual Satoru achava estar aprendendo sobre relações externas, mas passava mesmo era por uma autodescoberta. A neve apresenta-se como um personagem inanimado, mas muito recorrente na história, servindo como fonte de inspiração ou companhia para os protagonistas dessa narrativa invernal.
Com essa ambientação em mistos de branco e verde, o vermelho das vestimentas destacam-se e dão a cor necessária às personagens que carecem de maior atenção, chamando os olhares para si. Embora muitas cenas sejam construídas com CGI, os efeitos especiais não atrapalham na naturalidade com que a história é contada, e nos sentimos muito íntimos dos personagens.
Parte dessa amizade se deve ao incrível elenco, obviamente, que mesmo muito jovem, ainda em idade mirim, demonstram-se atores extremamente cativantes, teatrais e expressivos que conquistam o público pela parte mais profunda possível: o coração. Mas não se pode negar que a fotografia intimista, com um bom uso de focos e iluminações que destacam a atuabilidade dos atores, colaboram e muito para a construção desse clima misto de aconchego e terror.
Além do mangá, produto original do filme (e que está prestes a ser lançado no Brasil, sabiam? Leia mais sobre!), também foi lançado em 2016 uma série animada para televisão, transmitida pela Fugi TV, mas foi a produção original Netflix que entrou com a maior porcentagem do sucesso internacional do título. A série conta com uma temporada única de 12 episódios disponíveis em seu catálogo mundial, com legendas ou áudio em português, conforme preferência do público.
Com episódios de cerca de 25 minutos de duração cada, exceto o primeiro e o último, pouco maiores, é um dorama perfeito para ser assistido em um único dia de folga, digno de maratona: é extremamente difícil pausar para respirar entre os episódios, porque você se sente obrigado a descobrir o próximo passo dessa história pra lá de emocionante. Fica, agora, a vontade de conhecer o anime - que a Netflix bem que poderia também disponibilizar em seu serviço de streaming, né? Indiretas.
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