Romance de estreia da britânica Jo Platt, Lendo de cabeça para baixo chegou às livrarias brasileiras em fevereiro de 2019 pela Fábrica231, selo da Editora Rocco, com tradução de Angela Pessôa. Neste chick lit narra-se a história de Ros Shaw, uma melhor que resolveu dar a volta por cima após ser abandonada no altar e conhecer a face da depressão.
Após passar um tempo vivendo da pior forma, apenas existindo, Ros recebe a oportunidade de mudar completamente de vida, com um novo emprego e uma casa só para si em uma cidade no interior. A mudança lhe trouxe muitas coisas boas, como a amizade de Joan, Andrew e George, além do Mr. Edward, seu novo porquinho-da-índia. Quando tudo ia bem, uma desagradável e repentina notícia sobre seu bichinho de estimação a tira dos eixos, assim como a chegada do locutor da mesma em sua já tão bagunçada vida.
Neste enredo, o livro enfatiza como é a vida de uma pessoa com depressão e como esse transtorno impacta, ainda, a vida das pessoas ao redor. Detona-se a linha tênue entre preocupação e pressão familiar, assim como as possíveis recaídas mas, também, uma perspectiva positiva de conseguir sair dessa e encarar sua nova vida de braços abertos.
A recuperação da personagem é lenta, mas calorosamente descrita na obra, acompanhando uma jornada de autodescoberta, revisando sua personalidade e seus valores pessoais, e também de uma redescoberta sobre os prazeres da vida e dos amores quando um vizinho misterioso, mas muito gato, cruzará seu caminho diversas vezes como arte do destino, representando na mesma pessoa a sua recaída e reconstrução.
A recuperação da personagem é lenta, mas calorosamente descrita na obra, acompanhando uma jornada de autodescoberta, revisando sua personalidade e seus valores pessoais, e também de uma redescoberta sobre os prazeres da vida e dos amores quando um vizinho misterioso, mas muito gato, cruzará seu caminho diversas vezes como arte do destino, representando na mesma pessoa a sua recaída e reconstrução.
Seus amigos também a ajudarão nesse processo, cada qual com sua personalidade: algumas mais extrovertidas, como a aposentada e artística Joan que nunca se deixou vencer pelo andar da idade; pelas tímidas investidas amistosas de Andrew, que também tem passado por um momento difícil desde uma decepção amorosa; ou pela divertida e bondosa Georgina, a George, uma mãe moderna.
Mas nada de entregar a "cura da depressão" nas mãos dos outros: o livro não romantiza o processo, descrevendo todas as suas dificuldades sociais, seus dilemas internos e os choques causados pela perspectiva de superação de um trauma tão profundo, conciliando as possibilidades de reerguida de sua autoestima com base em inter-relações, seja com amigos, familiares ou seu vizinho/interesse romântico, sim, mas principalmente no modo em que percebe a si mesma.
O livro retrata, ainda, sobre a importância do perdão e como ele flui naturalmente: as vezes julgamos algo como imperdoável mas, quando menos se espera, nota-se que a situação já foi deixada para trás e, ainda que sobre o sentimento de tristeza, o ódio já foi embora sem se despedir. Não adianta forçar sua ida: é necessário aprender a conviver com ela enquanto aguarda que ela resolva que é hora de partir.
Com diversos plots muito bem escritos e personagens cativantes que perambulam harmonicamente por um enredo dramático, sim, mas ainda muito bem humorado, este livro pode ser uma excelente leitura para nos fazer perceber que para vermos o lado bom da vida, as vezes é necessário que antes a leiamos de cabeça para baixo. Afinal, são nossos problemas e a forma que lidamos com eles que nos tornam humanos tão complexos, não é mesmo?
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