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Se Eu Não Te Vir Primeiro: uma jornada de diversidade e autoconhecimento


Se Eu Não Te Vir Primeiro, um young adult escrito por Eric Lindstrom e traduzido por Maryanne Linz, foi lançado recentemente no Brasil pela Rocco Jovens Leitores e já está conquistando muitos leitores por seu incrível retrato sobre a cegueira, preconceito e insegurança. 

Parker perdeu a visão, mas não quer ser tratada de forma diferente por isso e, então, criou as Regras, uma lista que todos a seu redor precisam seguir à risca. Com o falecimento do seu pai e a chegada de familiares a sua casa, sua rotina muda e ela precisa se adaptar, mas não é nada fácil - ainda mais quando Scott, seu melhor amigo, primeiro amor, mas também aquele que quebrou a principal regra está de volta. Como lidar?


Narrado pelo ponto de vista da protagonista, aprendemos mais sobre ela conforme a própria se descobre, sendo essa jornada de amadurecimento o principal ponto do livro: é muito bom ser forte, mas não há nada de errado em demonstrar fraqueza de vez em quando, e isso é algo que Parker ainda precisa aprender.

O livro apresenta a diversidade: com uma protagonista cega, quebra-se o estereótipo da invalidez e da dependência, com uma garota forte, determinada e destemida que, apesar de sua deficiência visual, não abandonou seu amor pela corrida - como a própria diz, seus olhos podem não funcionar, mas as pernas sim.


Por meio de sua narrativa aprendemos sobre respeito ao seu espaço e sobre os limites que devemos impor a nós mesmos: assim como os demais personagens da trama, muitas vezes queremos ajudar estes portadores de deficiências, mas nem sempre nos preocupamos em saber se eles querem ou precisam da nossa ajuda e podemos acabar mais atrapalhando/incomodando. É importante perguntar. Dar escolhas. Respeitar.

Outra personagem, Molly, traz um importante questionamento racial quando não tem sua aparência descrita durante grande parte do livro: a tendência é imaginarmos ela como branca, por estarmos mais acostumados a ter personagens brancos em livros, e a própria Parker, sem poder vê-la, também a imagina branca, e Molly levanta a discussão sobre ser branca, negra, nenhum dos dois ou os dois.


Como diz a própria página do livro no site da Rocco, "A história criada por Eric Lindstrom é cheia de modelos a serem seguidos quando o assunto é diversidade — os mais jovens precisam se sentir representados no que leem, ouvem e assistem —, respeitar limites ou aprender com os erros. Se eu não te vir primeiro mostra os desafios de enfrentar momentos difíceis, ajudar o próximo e, tão importante quanto, deixar que nos ajudem.".

O romance de Parker tem seu destaque, mas não é o assunto mais importante da obra: com o livro centrando em seu autoconhecimento, os relacionamentos românticos ganharão força e se desenvolverão conforme a personagem aprende mais sobre si mesma, podendo, assim, aprender também sobre os outros e se permitir ao amor. O perdão e o olhar pela perspectiva alheia também são importantes neste fio.


A capa acompanha o título em braile, o que a deixou muito mais interessante. Há outros detalhes em braile na obra, como a primeira letra em destaque de cada capítulo, embora sem relevo, e uma mensagem ao final. Essa mensagem não possui tradução/legenda, sendo necessário que o leitor pesquise o alfabeto em braile para desvendar a mensagem - e, assim, aprender algumas letras.

O livro também foi lançado em formato de audiobook, permitindo que a acessibilidade aos cegos não fique só na teoria abordada na obra. Por todo o seu cuidado em trazer uma representatividade digna, vale a leitura.

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Este exemplar foi uma cortesia da Editora Rocco.
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