Em 1868, a escritora estadunidense Louisa May Alcott lançava Little Women (Mulherzinhas), que viria a se tornar o seu mais famoso romance. Adaptado para o cinema e televisão desde 1917, teve uma minissérie lançada pela BBC em dezembro de 2017, que apresentou não só o melhor de Little Women, mas também de sua sequência, Good Wives (1869), de forma rápida e adorável.
Em apenas uma sentada de três horas essa versão televisiva oferece um apanhado com as principais informações e acontecimentos originalmente narradas nos dois livros de Alcott, que acompanham o crescimento de quatro jovens irmãs de personalidades diferentes, mas muito unidas, que fazem parte de uma família de classe média durante a Guerra Civil Americana, com todos os valores da época - e um toque de contemporaneidade que já começava a apontar na autora.
Meg, a mais velha, é a perfeita definição de uma mulher da época, preocupada sobretudo com sua aparência e que se contenta com as obrigações femininas impostas pela sociedade. Jo é o perfeito oposto: para ela, ter nascido mulher foi a maior de suas desgraças, sempre desejando independência e aventuras, acompanhada de um bom livro ou de papel e tinta para escrever suas próprias histórias.
Beth, por sua vez, é a mais tímida das irmãs, muito gentil e doce com todos, pacífica em meio ao furacão de sentimentos que transbordam de suas irmãs. Já a caçula, Amy, é descrita como a artista da família e também a mais mimada, egoísta e materialista das quatro. Acompanham-nas Marmee, mãe das garotas, e o jovem Laurie, vizinho que tem seus interesses românticos por Jo, destacada protagonista da obra, mas ainda um grande amigo da família.
Quanto às personagens, o grande "porém" seria como Amy foi retratada de forma tão infeliz na série: culpa não de Kathryn Newton (Big Little Lies), que aliás é uma grande atriz, mas de um roteiro perverso que acentuou seus traços inferiores ao transformá-la em uma criança birrenta e detestável, longe da puramente imaturidade dos livros.
Ainda nos pontos negativos, fica um sentimento de que as coisas correram rápido demais: embora os capítulos das obras literárias também sejam marcados por grandes espaçamentos temporais e poucos detalhes sobre o que lhes ocorreu no período saltado, não é algo que funciona tão bem em uma série, ainda mais de tão pouca duração. Talvez o dobro de episódios resolvesse o problema, com três dedicados a cada livro - e não três divididos para ambos.
Mesmo neste empasse, a minissérie - que mais parece um grande filme - consegue levantar os principais pontos dos livros, não só apresentando de forma muito fidedigna os acontecimentos da leitura original, mas seus ensinamentos sobre família, egoísmo e amor não só romântico, mas puro e fraternal. As lições na medida certa são toques que tornam a obra atemporal.
Dentre os conceitos abordados na obra, um dos maiores destaques fica pelo belíssimo e inspirador retrato da principal, Jo, jovem que era muito a frente de sua época, mas ainda com um quê de realismo, permitindo com que mulheres de diferentes gerações sintam-se livres consigo mesmas, desprendidas de ideais ligados ao gênero. Suas características ganham ainda mais graça ao descobrir que foi criada à imagem de sua própria autora, Alcott.
As atuações podem não ser tão grandiosas quanto ao do filme de 1994, mas é extremamente injusto e dispensável qualquer comparação a Maya Hawke, desta versão mais recente, com a exímia Winona Ryder que teve o mesmo papel como Jo nos anos 90, assim como as atuações em produções televisivas funcionam de forma diferente em comparação às cinematográficas.
Curioso, entretanto, como as duas se encontraram na 3ª temporada de Stranger Things para atuarem juntas, como Robin e Joyce, respectivamente. Quanto a Maya, vale destacar ainda que a garota é filha de Uma Thurman (Kill Bill) e Ethan Hawke (Sociedade dos Poetas Mortos), com o talento para a atuação já presente em sua genética. A atriz exala essa jovialidade e espontaneidade de Jo, cumprindo com o prometido para o papel.
Tal como a série cumpre com seu propósito: ser uma produção rápida e entregar, dentro do possível, o mais próximo do que essa adorável e excepcional obra literária tem a oferecer. Little Women da BBC está disponível para ser assistida pela Amazon Prime Video, tanto dublado como legendado, a gosto do espectador. Já seu livro, chamado no Brasil de Mulherzinhas, pode ser adquirido pela Amazon (clique aqui) com tradução de Diego Raigorodsky e publicação em capa dura da Martin Claret.
Enquanto isso, um novo filme é esperado para chegar aos cinemas dos Estados Unidos em 25 de dezembro de 2019, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, com grande elenco composto por Saoirse Ronan (Lady Bird), Emma Watson (Harry Potter), Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome), Meryl Streep (O Diabo Veste Prada) e Laura Dern (Big Little Lies), além de Greta Gerwig (Lady Bird) na direção.
Foto: Divulgação/BBC
Beth, por sua vez, é a mais tímida das irmãs, muito gentil e doce com todos, pacífica em meio ao furacão de sentimentos que transbordam de suas irmãs. Já a caçula, Amy, é descrita como a artista da família e também a mais mimada, egoísta e materialista das quatro. Acompanham-nas Marmee, mãe das garotas, e o jovem Laurie, vizinho que tem seus interesses românticos por Jo, destacada protagonista da obra, mas ainda um grande amigo da família.
Foto: Divulgação/BBC
Ainda nos pontos negativos, fica um sentimento de que as coisas correram rápido demais: embora os capítulos das obras literárias também sejam marcados por grandes espaçamentos temporais e poucos detalhes sobre o que lhes ocorreu no período saltado, não é algo que funciona tão bem em uma série, ainda mais de tão pouca duração. Talvez o dobro de episódios resolvesse o problema, com três dedicados a cada livro - e não três divididos para ambos.
Foto: Divulgação/BBC
Dentre os conceitos abordados na obra, um dos maiores destaques fica pelo belíssimo e inspirador retrato da principal, Jo, jovem que era muito a frente de sua época, mas ainda com um quê de realismo, permitindo com que mulheres de diferentes gerações sintam-se livres consigo mesmas, desprendidas de ideais ligados ao gênero. Suas características ganham ainda mais graça ao descobrir que foi criada à imagem de sua própria autora, Alcott.
Foto: Divulgação/BBC e Netflix
Curioso, entretanto, como as duas se encontraram na 3ª temporada de Stranger Things para atuarem juntas, como Robin e Joyce, respectivamente. Quanto a Maya, vale destacar ainda que a garota é filha de Uma Thurman (Kill Bill) e Ethan Hawke (Sociedade dos Poetas Mortos), com o talento para a atuação já presente em sua genética. A atriz exala essa jovialidade e espontaneidade de Jo, cumprindo com o prometido para o papel.
Foto: Divulgação/BBC
Enquanto isso, um novo filme é esperado para chegar aos cinemas dos Estados Unidos em 25 de dezembro de 2019, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, com grande elenco composto por Saoirse Ronan (Lady Bird), Emma Watson (Harry Potter), Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome), Meryl Streep (O Diabo Veste Prada) e Laura Dern (Big Little Lies), além de Greta Gerwig (Lady Bird) na direção.
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