Baseado no musical da Broadway de mesmo nome, Querido Evan Hansen é um incrível livro que aborda temas de grande importância, como saúde mental, luto, amizades e solidão. No Brasil a obra foi lançada pela Editora Seguinte, selo da Companhia das Letras, com a excelente tradução de Guilherme Miranda e uma incrível capa nacional por Vitor Martins, ilustrador e escritor, que conseguiu trazer muito mais significado e beleza ao livro.
Na história, Evan Hansen é estimulado por seu psicólogo a escrever cartas para si mesmo, na tentativa de conseguir se abrir e colocar seus sentimentos para fora, sempre começando com "Querido Evan Hansen, hoje vai ser um dia om, e vou dizer por quê". Uma destas cartas foi parar nas mãos de Connor Murphy, um aluno encrenqueiro, mas os problemas de Evan estavam apenas começando: Connor acabou de cometer suicídio, e os pais acreditam que a carta encontrada em seu bolso foi uma despedida a Evan.
Neste cenário, o jovem protagonista acaba se enrolando em uma grande mentira que o levará a se passar pelo melhor amigo de Connor, inventando histórias para comprovar que eram amigos - mesmo nunca tendo sido vistos juntos -, participando de projetos sociais e, pela primeira vez na vida, deixando de ser o cara invisível do colega, sendo notado até mesmo por Zoe, a garota de seus sonhos e coincidentemente a irmã mais nova de Connor. O que não poderia dar errado?
Ver essa rede de mentiras ganhando cada vez mais força e amplitude é, no mínimo, desconcertante. Ao olhar de fora, o problema é algo de tão simples resolução que chega a causar agonia, e este é um dos pontos mais altos do livro: você fica tão envolvido na história, esperando pela solução do problema, que torna-se é impossível largar o livro antes do final - sem contar que, se não fosse por todo esse sufoco vivido pelo personagem, não haveria história para ser contada e isso sim seria um grande pecado.
Outros aspectos são abordados no livro, como a falta de habilidades sociais, as dificuldades de enfrentarmos a nós mesmos e, principalmente, as dores do luto. A família de Connor tem papel importante na narrativa, quando buscam qualquer se agarrar a qualquer migalha da história - ainda que falsa - de seu filho, recusando-se a aceitar que o mesmo se foi. A falsa ilusão de harmonia trazida por Evan é essencial para a reestruturação familiar após tamanha perda, o que só torna a revelação da verdade ainda mais difícil ao rapaz.
São mais de 300 páginas, mas a leitura é muito rápida. Não só a história é boa, como a escrita é incrível, tornando tudo ainda mais fluído. A tradução também merece pontos neste quesito, pois consegue deixar a linguagem adolescente muito natural, tornando a espontaneidade e juvenilidade perceptível mesmo após a adaptação para outro idioma, sem sofrer perdas.
A obra é a adaptação de Val Emmich do musical de mesmo nome, composto por Benj Pasek & Justin Paul, com libreto de Steven Levenson e direção de Michael Greif. A obra da Broadway não viajou muito, passando por algumas outras cidades dos Estados Unidos e, em 2019, no Canadá, tornando inacessível a comparação aos leitores brasileiros.
Ainda assim, o livro é tão bom como um produto independente que não faz falta a representação teatral, muito menos a pouca musicalidade colocada na narrativa literária, na qual a música aparece apenas como o hobbie de Zoe. Se não fosse conhecida a existência do musical, a versão de Emmich poderia se passar facilmente por um original perfeitamente completo em si mesmo, e sua leitura é mais do que recomendada.
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1 Comentários
SOCORRO QUERO LER.
ResponderExcluirAmei a estante, poderia fazer um tour fotoráfico ♥
Beijinhos ;*
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