Lançado em 2013, o filme O Conto da Princesa Kaguya (かぐや姫の物語) é uma popular aniamção de drama e fantasia produzida pelo Studio Ghibli, com direção e roteiro de Isao Takahata. A narrativa, entretanto, é inspirada no conto folclórico O Cortador de Bambu, que remete ao século X e é conhecida como a mais antiga narrativa em prosa do Japão, cujo manuscrito mais antigo data de 1592.
Leia O Cortador de Bambu, traduzido pelo Elfo Livre:
竹取物語
Um dia, enquanto caminhava na floresta de bambu, um cortador de bambu velho e sem filhos chamado Taketori no Okina (竹取翁, "O Velho que Colhe Bambu") se deparou com uma haste misteriosa e brilhante de bambu. Depois de abri-la, encontrou um lindo bebê do tamanho de seu polegar. Ele se alegrou ao encontrar uma garota tão bonita e a levou para casa. Ele e sua esposa a criaram como sua própria filha e a nomearam Kaguya-hime (かぐや姫, com precisão, Nayotake no Kaguya-hime, "Princesa Brilhante do Bambu Flexível"). Depois disso, Taketori no Okina descobriu que sempre que ele cortava um caule de bambu, dentro havia uma pequena pepita de ouro. Logo ele ficou rico. Kaguya-hime cresceu de um bebê pequeno para uma mulher de tamanho comum e extraordinária beleza. A princípio, Taketori no Okina tentou mantê-la longe de pessoas de fora, mas com o tempo as notícias de sua beleza se espalharam.
Eventualmente, cinco príncipes chegaram à residência de Taketori no Okina para pedir a mão da bela Kaguya-hime em casamento. Os príncipes acabaram convencendo o velho a dizer à relutante princesa para escolher entre eles. Kaguya-hime então inventou tarefas impossíveis para os príncipes, concordando em se casar com quem conseguiu lhe trazer o item especificado. Naquela noite, Taketori no Okina disse aos cinco príncipes o que cada um deveria trazer. Foi dito ao primeiro que lhe trouxesse a tigela de pedra do Buda Shakyamuni da Índia; o segundo, um ramo de joias da mítica ilha de Hōrai; o terceiro, o lendário manto do rato de fogo da China; o quarto, a colorida joia do pescoço de um dragão; e ao príncipe final uma concha de búzios nascida de andorinhas.
Eventualmente, cinco príncipes chegaram à residência de Taketori no Okina para pedir a mão da bela Kaguya-hime em casamento. Os príncipes acabaram convencendo o velho a dizer à relutante princesa para escolher entre eles. Kaguya-hime então inventou tarefas impossíveis para os príncipes, concordando em se casar com quem conseguiu lhe trazer o item especificado. Naquela noite, Taketori no Okina disse aos cinco príncipes o que cada um deveria trazer. Foi dito ao primeiro que lhe trouxesse a tigela de pedra do Buda Shakyamuni da Índia; o segundo, um ramo de joias da mítica ilha de Hōrai; o terceiro, o lendário manto do rato de fogo da China; o quarto, a colorida joia do pescoço de um dragão; e ao príncipe final uma concha de búzios nascida de andorinhas.
Percebendo que era uma tarefa impossível, o primeiro príncipe retornou com uma tigela de pedra cara, esperando que Kaguya-hime acreditasse que fosse real, mas depois de perceber que a tigela não brilhava com luz sagrada, a princesa percebeu sua farsa. Da mesma forma, dois outros príncipes tentaram enganá-la com falsificações, mas também falharam. O quarto desistiu após encontrar uma tempestade, enquanto o príncipe final perdeu sua vida (gravemente ferido em algumas versões) em sua tentativa.
Depois disso, o Imperador do Japão, Mikado, veio ver a estranhamente bela Kaguya-hime e, ao se apaixonar, pediu que ela se casasse com ele. Embora ele não tenha sido submetido às provações impossíveis que frustraram os príncipes, ela também rejeitou seu pedido de casamento, dizendo-lhe que não era de seu país e, portanto, não podia ir ao palácio com ele. Ela manteve contato com o imperador, mas continuou a rejeitar seus pedidos e propostas de casamento.
Naquele verão, sempre que Kaguya-hime via a lua cheia, seus olhos se enchiam de lágrimas. Embora seus pais adotivos se preocupassem muito e a questionassem, ela não conseguiu dizer a eles o que havia de errado. Seu comportamento tornou-se cada vez mais irregular, até que ela revelou que não era deste mundo e devia retornar ao seu povo na Lua. Em algumas versões deste conto, diz-se que ela foi enviada para a Terra, onde inevitavelmente formaria um apego material, como uma punição temporária por algum crime, enquanto em outros ela foi enviada à Terra para sua própria segurança durante uma a celebração de uma guerra celestial. O ouro que Taketori no Okina estava encontrando era de fato uma bolsa do povo da Lua, enviada para pagar pelos cuidados de Kaguya-hime.
À medida que o dia de seu retorno se aproximava, o Imperador enviou muitos guardas ao redor de sua casa para protegê-la do povo da Lua, mas quando uma embaixada de "seres celestiais" chegou à porta da casa de Taketori no Okina, os guardas foram cegados por uma estranha luz. Kaguya-hime anunciou que, apesar de amar seus muitos amigos na Terra, ela deve retornar com o povo da Lua para seu verdadeiro lar. Ela escreveu tristes notas de desculpas a seus pais e ao imperador, depois deu a seus pais seu próprio roupão como lembrança. Ela então pegou um pouco do elixir da vida, anexou-o à sua carta ao imperador e o entregou a um oficial da guarda. Quando ela entregou a ele, seu manto de penas foi colocado sobre seus ombros, e toda a sua tristeza e compaixão pelas pessoas da Terra foram aparentemente esquecidas. A comitiva celestial levou Kaguya-hime de volta a Tsuki no Miyako (月の都; lit. "a Capital da Lua"), deixando seus pais adotivos terrestres em lágrimas.
Os pais ficaram muito tristes e logo caíram doentes, acamados. O oficial voltou ao imperador com os itens que Kaguya-hime havia lhe dado como seu último ato mortal e relatou o que havia acontecido. O imperador leu sua carta e foi tomado pela tristeza. Ele perguntou a seus servos: "Qual montanha é o lugar mais próximo do céu?", ao qual se respondeu a Grande Montanha da Província de Suruga. O imperador ordenou que seus homens levassem a carta para o cume da montanha e a queimassem, na esperança de que sua mensagem chegasse à princesa distante. Os homens também receberam ordens de queimar o elixir da imortalidade, já que o imperador não desejava viver para sempre sem poder vê-la. Diz a lenda que a palavra imortalidade, ushi (fushi), se tornou o nome da montanha, Monte Fuji. Dizem também que o kanji da montanha, 富士山 (literalmente "Montanha Abundante de Guerreiros"), é derivado do exército do Imperador subindo as encostas da montanha para cumprir sua ordem. Dizem que a fumaça da queima ainda sobe até hoje. (No passado, o Monte Fuji era muito mais vulcanicamente ativo e, portanto, produzia mais fumaça.)
— Traduzido por Elfo Livre, da página The Tale of the Bamboo Cutter na Wikipédia.
2 Comentários
oi
ResponderExcluirQue legal! Obrigado por compartilhar!
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