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Por Lugares Incríveis, um choque de realidade em formato literário


Originalmente lançado em 2015, o livro best-seller Por Lugares Incríveis (All the Bright Places), de Jennifer Niven, voltou a ser mundialmente comentado nos últimos meses com o lançamento de sua adaptação fílmica para a Netflix, que rendeu inclusive uma nova edição nas livrarias brasileiras, com lançamento novamente realizado pela Editora Seguinte e tradução de Alessandra Esteche. 

Na história, Violet Markey sobrevive ao acidente de carro que tirou a vida de sua irmã, mas viver com o peso da culpa tornará o luto ainda mais difícil. Theodore Finch é chamado por todos de "aberração", mas sua figura aparentemente violenta esconde um jovem que sofre muito e não sabe como desabafar. Quando os dois se juntam para um trabalho de geografia, conhecer os lugares incríveis do estado de Indiana acaba se transformando na missão de se conhecer melhor (e um ao outro). 


Tanto no livro quanto no filme, este perfeitamente adaptado para o streaming, a narrativa é de extrema delicadeza e sentimentalismo. Tratar de assuntos como depressão, luto e comportamento suicida nunca é fácil, mas Niven o faz com grande sutileza retirada de sua própria vida, revelando nas "Notas da Autora" que muito do livro foi inspirado em experiências pessoais — o que deixa a obra ainda mais comovente e, sem dúvida, realista.

Apresentar personagens tão complexos ao público com uma narrativa singular teria sido um desafio, mas a autora o driblou perfeitamente ao apresentar a história narrada sob o ponto de vista dos dos personagens principais, permitindo ao público uma visão mais subjetivista e intimista dos mesmos. Imagine, por exemplo, se a obra fosse narrada somente por Violet: com o fechado Finch sempre escondendo seus verdadeiros sentimentos e sofrimentos, como saberíamos mais sobre o rapaz? Ter as duas vozes presentes no livro é um dos pontos mais altos da obra.


Personagens secundários não são tão desenvolvidos: embora alguns nomes sejam recorrentes na página, não se sabe muito sobre eles a ponto de criar aquela conexão — e nem faz falta. O drama dos protagonistas é é denso o suficiente para ser explorado pelo leitor, e basta acompanhá-los com o mínimo de informações sobre as pessoas ao seu redor para entender a complexidade de suas narrativas individuais.

Entretanto, nem por isso o livro deixa de mostrar como as pessoas ao redor são afetadas, mostrando as diferentes reações de pais e amigos com as dores do luto e da depressão, nem sempre se mostrando compreensivos ou receptivos o suficiente, ainda que inconscientemente. Às vezes, quando nos damos conta, já é tarde demais. E o livro não romantiza essa dura realidade do sentimento culpa que acompanha quem fica para trás.


E como todo bom Young Adult com toque de Sick-Lit, essa é a verdadeira graça do livro: nos dar um choque de realidade. Colocar o dedo na ferida para conscientizar, sem romantizações, sem suavizações, sem açúcar no mamão. Porque nem sempre a vida vai ser só felicidades, e precisamos estar preparados para enfrentar seus desafios.

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