Depois do sucesso de Com Amor, Simon e a continuação/spin-off Leah Fora de Sintonia, a autora Becky Albertalli lançou em 2020 a sequência Com Amor, Creekwood, um livro epistolar bem fininho, de apenas 144 páginas, mas muito conteúdo para aqueles que sentiram falta de todos os alunos da Creekwood High School — e querem saber como eles estão lidando com a transição para a vida adulta e a chegada da vida universitária.
Neste livro, toda a turma se rende ao método de comunicação tão típico de Simon e Blue, os e-mails, para contarem uns aos outros sobre os problemas e alegrias enfrentadas na universidade, mas principalmente sobre suas complexas vidas amorosas: Leah e Abby estão extremamente grudentas desde que começaram a dividir um dormitório, mas Leah ainda não consegue pronunciar a palavra com "a". Enquanto isso, separados por 189,1 quilômetros, Simon e Blue descobrem que a distância é mais dura do que eles imaginavam.
Os fãs do "Simonverse" com certeza ficaram muito felizes com essa oportunidade de rever seus personagens preferidos que, com muito carinho escritos por Albertalli, mantém aquela aura que tanto amamos nos livros anteriores. Com Amor, Creekwood, entretanto, não é nenhuma obra de arte e tampouco tenta ser: é mais um agrado para os leitores antigos, um presente por todos os anos de apoio e uma resposta às inúmeras perguntas que a autora tem recebido desde Leah Fora de Sintonia.
Com isso em mente, o livro funciona maravilhosamente bem em sua função de abraçar o público fiel por mais uma vez — embora ainda não pareça ser a última. Entretanto, apesar de curto, a leitura ainda é um tanto cansativa. Talvez se tivesse sido narrada em formato de conto fosse mais fluído, mas perderia as referências aos e-mails que temos desde o primeiro livro da franquia — sem contar as tão queridas referências a Harry Potter (elas seguem firmes e fortes!!!) e uma adesão a Stephen King, It e Pennywise que interessará aos fãs do Mestre do Horror.
A linguagem divertida e jovial ajuda a levantar os ânimos da trama, mas o sofrimentos dos protagonistas narrados em alguns e-mails são inegavelmente fatigantes. Tem horas que, como leitora, a vontade era de entrar no livro e resolver esses pepinos (que só existem na cabeça deles, aliás) no lugar deles. Mas todo coming-of-age tem lá a sua cota de drama aborrecente que, por mais irritante que possa ser, não deixa de ser realista, pertinente a faixa etária e aos seus desafios e, no fim das contas, os prós compensam os contras e é, sim, uma boa leitura.
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