Com base no livro Enola Holmes: O Caso do Marquês Desaparecido, foi lançada pela Netflix a adaptação fílmica da obra de Nancy Springer, publicada no Brasil pela Verus Editora. Apesar de se passar no século XIX, a produção é bastante atual e tudo o que 2020 precisava para dar uma levantada nos ares sombrios que nos envolvem.
Na trama, Enola Holmes se vê sozinha em seu aniversário de 16 anos. A garota se reencontra com seus irmãos mais velhos após muitos anos sem vê-los, mas parece que nem mesmo Sherlock está interessado no mistério por trás do sumiço da mãe e, agora, a jovem precisará desvendar esse mistério por conta própria. O que ela não esperava é que em meio a sua investigação encontraria um jovem marquês em fuga, cruzando seus destinos em uma aventura inesperada, mas muito intrigante.
Millie Bobby Brown, que interpreta a protagonista, conta que Enola Holmes é muito mais heroica que Eleven, sua personagem em Stranger Things, e é necessário concordar: Holmes pode não ter superpoderes, mas sua inteligência, seu forte senso de justiça e pensamentos feministas a frente de sua época fazem dela uma personagem de extrema relevância e heroísmo, todas características que herdou de sua mãe.
Engana-se quem pena que Sherlock Holmes é a grande mente da família: Eudoria é a verdadeira mente da casa. Seus filhos homens podem até taxá-la como louca por sua personalidade pouco convencional para as mulheres da época, fruto de suas leituras e debates em um início de ativismo feminista ainda em nos anos de 1800, e é muito interessante aprender sobre como o seu desaparecimento está ligado a isso. Sem spoilers!
Enola e Eudoria são exemplos de mulheres fortes e determinadas, mas que jamais se esquecem de colocar o coração em primeiro lugar. Suas ações são regadas pelas emoções no melhor sentido que isso possa ter: enquanto Sherlock sempre foi muito frio, é na presença do sentimento dessas duas mulheres que mora a sua verdadeira força. De acreditar em seu instinto e jamais virar as costas para quem precisa, ainda que isso custe a sua própria segurança.
E é disso mesmo que precisamos: de protagonistas femininas e realistas nas quais nossas garotas possam crescer se enxergando. De bons exemplos que induzam meninas de todas as idades a acreditarem na força que habita dentro de cada uma, que nos ajude a identificar a Mulher-Maravilha (ou Enola Holmes) que há em todas nós.
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