Publicada no Brasil pela editora Intrínseca, Laura Dean Vive Terminando Comigo é uma graphic novel com história de Mariko Tamaki e ilustrações por Rosemary Valero-O’Connell. Na tradução de Rayssa Galvão, conhecemos um relato intimista sobre os relacionamentos tóxicos e como é difícil sair deles, por mais dolorosos que sejam.
Leia a sinopse:
Faz quase um ano que Freddy está apaixonada por uma menina chamada Laura Dean. Mas ela não imaginava que um namoro poderia ser tão complicado…Freddy Riley só quer que Laura Dean pare de terminar com ela. O dia em que começaram a namorar foi o melhor de sua vida, mas agora parece apenas uma lembrança distante. Laura Dean é popular, engraçada e MUITO LINDA… mas também pode ser insensível e bem cruel. O relacionamento cheio de idas e vindas deixa Freddy desnorteada, e seus amigos não entendem por que ela sempre aceita reatar. A situação se mostra cada vez mais insustentável: o coração de Freddy está se despedaçando em câmera lenta, e ela corre o risco de perder a melhor amiga junto com o que resta de sua autoestima. Mas, quando Freddy se consulta com uma misteriosa vidente, recebe um conselho capaz de mudar essa história para sempre.
Acompanhando a protagonista Freddy Riley, aprendemos que nos livrar de todas as Lauras Deans ao nosso redor não será um processo nada fácil, mas que é extremamente necessário para a nossa saúde mental e libertação. Freddy, com Laura, não é a melhor versão de si mesma, e encarar a própria toxidade é ainda mais difícil do que se pode imaginar.
Rosemary Valero-O’Connell é uma artista de mão cheia: todo o projeto é muito lindo e delicado, apesar da história forte. A arte lembra um pouco o estilo mangá por ser em preto e branco, mas ganha seu próprio tchan ao fazer bom uso do rosa para destacar as cenas, em uma jogada cheia de aesthetic que conquista os olhos do leitor.
Fiquei encantada pelo traço da ilustradora, principalmente da forma como ela trabalha o olhar dos personagens e a organização do cenário: ambientações são sempre um desafio, mas ela os faz de forma exímia a não deixá-los roubarem a cena, mas ainda se fazerem presentes o suficiente para que sejam reparados.
Essa obra, já tão necessária por sua narrativa sobre um assunto tão delicado quanto os relacionamentos abusivos, ganha um significado ainda mais especial por sua representatividade sáfica — mas pessoas de qualquer orientação vão se identificar com o texto, afinal, infelizmente a toxidade em relacionamentos não veem gênero ou sexualidade. Não foram a toa os três Eisner Awards que Laura Dean Vive Terminando Comigo recebeu.
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