Tudo Por um Pop Star, escrito pela carioca Thalita Rebouças e originalmente publicado em 2003 pela Rocco Jovens Leitores, voltou a ganhar destaque na mídia em 2018 graças a uma adaptação cinematográfica estrelada por Maisa Silva, Klara Castanho e Mel Maia. Na trama, reinam a amizade e o amor de fã, uma das formas mais sinceras desse sentimento.
A história acompanha Manu, Gabi e Ritinha, três adolescentes de personalidades muito diferentes, mas que se unem pelo amor que sentem pelo Slavabody Disco Disco Boys, a boyband do momento, que pode ser uma representação de Beatles, Backstreet Boys, One Direction, BTS ou tantos outros: independente de qual geração de artistas internacionais você tenha sido fã, a identificação com Tudo Por um Pop Star é universal e atemporal.
Internacionais, sim, porque o sentimento é diferente: imagine três tietes do interior descobrindo que seus ídolos dos Estados Unidos estarão tão pertinho delas, na capital, mas ainda tão longe? É aí que começam as peripécias dessas garotas que, como o nome do livro já diz, farão de tudo por um pop star — mas não sem antes convencer seus pais.
O livro é juvenil e não tenta ser mais do que isso: as protagonistas são jovens e errôneas, se permitindo passar por uma série de provações de maturidade ao longo do texto e amadurecendo após cada uma delas. Esperar mais responsabilidade delas seria irresponsabilidade nossa como leitores: adolescentes fictícias ainda são, sobretudo, adolescentes.
A linguagem de Thalita Rebouças, marca já registrada de sua obra e que sobreviveu aos tempos, é tão marcante e afiada quanto de qualquer outro livro seu. Por ser um livro que já se aproxima de duas décadas de publicação, pode ter algumas expressões mais ultrapassadas, mas nada que no geral incomode muito. Entretanto, preciso ser sincera: gostei muito mais do filme.
Por ser mais recente, até, o filme consegue ser mais direto, conversando frente a frente com a realidade da atual geração de fãs e fandoms, conectadas ao máximo. Enquanto no livro as meninas descobrem sobre o show enquanto leem o jornal, o filme trouxe tudo para um contexto mais digital, com direito a vídeos virais na internet para conseguir ingressos para o evento do ano.
Até a boyband se torna mais interessante na versão cinematográfica, com o protagonista Slack dando um toque BR ao grupo — e tornando ainda mais óbvio o motivo por trás de tanta fama por aqui. Identificado como um brasileiro que foi aos Estados Unidos em busca de seu sonho, o líder ganha proximidade com o nosso país, a nossa cultura e suas fãs. Com o ídolo teen João Guilherme no papel, fica ainda mais verídica a performance.
A amizade entre as três protagonistas, entretanto, é muito bem reproduzida nas duas versões da história, demonstrando como elas são unidas não só por um ídolo pop em comum, mas por laços que não precisam de traços sanguíneos. Elas se completam e, juntas, são melhores e mais fortes, errando e amadurecendo a cada nova parte dessa louca aventura em que se veem. E é muito gostoso acompanhar tudo isso.
Comprando o livro pelo link acima você ajuda o Elfo Livre a se manter on-line.
0 Comentários