Os livros de Maurene Goo finalmente estão chegando às livrarias brasileiras: depois da Editora Seguinte publicar Um Lugar Só Nosso por aqui, chegou a vez de Isso que a gente chama de amor ganhar sua versão brasileira pela casa editorial, com tradução de Lígia Azevedo. A trama romântica pode ser apreciado por diversos tipos de leitores de YA, mas aqueles com um pé no universo dos k-dramas sentirão a mágica dessa obra de forma ainda mais intensa.
O livro parte da premissa de que "Desi nunca se deu bem no amor — até decidir transformar a própria vida em uma novela coreana". A protagonista é uma jovem coreana-americana que se dá muito bem nos estudos mas, quando se trata de garotos, vive dando bolas foras, o que ela chama de crails: junção das palavras crush e fails.
Mesmo assim, ela não desiste do romance: sua mãe não está mais entre nós, mas Desi se lembra muito bem de como foi lindo o amor entre ela e seu pai, com quem mantém uma boa relação até hoje. Seu pai, o senhor Lee, é um fanático por novelas coreanas e, até então, Desi não havia dado muita importância para elas, mas ao se deixar maratonar algumas dessas séries chamadas "k-dramas" com ele, percebe que há uma fórmula romântica que é seguida fielmente pelos roteiros. E se tem algo do qual Desi entende, é de fórmulas que estamos falando.
É assim que a jovem tem a brilhante ideia de criar o manual "Passos do K-Drama para o Amor Verdadeiro", uma lista de 24 itens que guiam os personagens das novelas coreanos ao felizes para sempre — e ao qual Desi, como um experimento científico, decide aplicar em sua vida real para conquistar Luca, um cara que acabou de ser transferido para sua escola e já mexeu com seu coração.
A partir deste ponto, cada capítulo de Isso que a gente chama de amor passa a ter os nomes de um dos passos dessa lista maluca de Desi, enquanto acompanhamos a luta da personagem para seguir o tutorial à risca e, ao mesmo tempo, sua percepção de que o amor não é tão matemático assim, mas que a vida real pode ser ainda mais dramática que uma novela coreana.
Quanto as referências, não passam despercebidas citações a Descendants of the Sun, Kill Me Heal Me, Princess Prosecutor e Flower Boys Ramyun Shop, mas algumas produções americanas também entram em cena, como Crepúsculo, Os Miseráveis, Legalmente Loira e até mesmo Star Trek, em uma pluralidade de universos pops, nerds e geeks que abraçam todos os leitores através do romance.
Isso que a gente chama de amor mergulha de cabeça no rom-com e serve uma série de situações inusitadas e extremamente divertidas, dignas de cenas de k-dramas, mas que fãs de produções ocidentais também poderão apreciar, como a própria autora comparou à série Eu Nunca... (Never Have I Ever), da Netflix, durante seu recente bate-papo na FLIPOP 2021. Sabe aquelas cenas aleatórias em que alguém é atropelado do nada? É tipo isso. Aleatório? Talvez. Hilário? Com certeza!
E, falando em Netflix, já foi confirmado que Isso que a gente chama de amor ganhará sua adaptação em filme pela plataforma de streaming. O ator Lee Byunghun, de 51 anos, já está confirmado para produzir e estrelar o longa-metragem, no papel do pai de Desi. O restante do elenco ainda não foi divulgado, mas sabe-se que a chinesa Yulin Kuang, que trabalhou com a Netflix recentemente para a série infantil Dude, o Cãopanheiro (2020), assinará o roteiro do projeto sem previsão de lançamento.
Enquanto o filme não é lançado, vale a pena conferir esse livro incrivelmente romântico, especialmente divertido e com um toque para lá de nerd com suas referências que caíram como uma luva — e, de tão boas, ganharam até um espaço em O Guia Definitivo de K-Dramas para Iniciantes, um projeto assinado por Maurene Goo e a equipe do site Drama Beans que, ao final do livro, traz uma extensa dicas de recomendações para quem quer se aventuras pelas novelas coreanas, mas não sabe por onde começar.
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