A Netflix lançou nesta sexta-feira, 04 de novembro de 2022, o aguardado filme Enola Holmes 2, sequência do projeto homônimo que conquistou uma grande audiência na plataforma de streaming em 2020. Com Harry Bradbeer de volta à cadeira de diretor, o grande elenco formado por Millie Bobby Brown (Stranger Things), Henry Cavill (The Witcher) e Helena Bonham Carter (Harry Potter) também retorna.
Dando continuidade aos eventos do primeiro filme, Enola Holmes está mais do que certa que seu lugar é como detetive particular, seguindo os passos do irmão. Sem experiência e sempre ofuscada pelo sobrenome, a garota enfrenta dificuldades em conseguir emprego, mas acaba sendo contratada para encontrar uma jovem que está desaparecida.
Seu primeiro caso, no entanto, é mais difícil e perigoso do que ela poderia imaginar, revelando-se como parte de uma grande conspiração que envolve pessoas influentes e sem medo de silenciar eternamente qualquer um que se coloque em seus caminhos. Para desvendar o mistério, Enola Holmes contará com a ajuda de aliados, incluindo o famoso Sherlock.
Apesar de fictício o filme levanta temas e eventos que de fato aconteceram, como o movimento do sufrágio feminino, com personagens como Eudoria Holmes e Edith representadas como militantes sufragistas, que lutavam pelo direito das mulheres e eram constantemente perseguidas por isso.
Sarah Chapman, a garota desaparecida no filme, também é uma pessoa real, cuja história foi eternizada por ter sido uma das líderes da Greve das Garotas dos Fósforos (Matchgirls Strike) de 1888. Ela, ao lado de outras envolvidas, são reconhecidas como as pioneiras da luta pela igualdade de gênero e justiça no trabalho, deixando um legado duradouro no movimento sindical.
No entanto, a história real não envolveu a investigação dos Holmes, dentre outros elementos fictícios que foram adicionados ao roteiro do filme apenas por fins dramáticos. Embora baseado em uma história real, Enola Holmes 2 não busca ser uma biografia e transforma livremente os fatos a seu favor, mas sem deixar de dar-lhes a devida importância, principalmente frente ao tema do empoderamento feminino, que já é marca da franquia desde seu primeiro filme.
Empoderamento, esse, que não é sinônimo de fazer tudo sozinha: uma das lições mais importantes do filme é que ser forte também inclui saber pedir e aceitar ajuda quando necessário, e que nossas vozes podem ser ouvidas mais facilmente quando gritamos em grupo. Eudoria Holmes é uma mulher sábia.
O formato do filme é bem semelhante ao primeiro, com Enola quebrando a quarta parede para conversar diretamente com o espectador, contando sua história e desabafando conosco. Isso é algo divertido e que voltou a ser adotado com força pelo cinema americano desde o sucesso de Deadpool, mas essa ferramenta criativa também pode incomodar se usada em excesso, ainda mais em um filme como Enola Holmes, que não tem a comédia tão presente para se encaixar.
No entanto, todo e qualquer incômodo causado pode ser facilmente ignorado conforme, ao longo do filme, é construída a possibilidade de um terceiro projeto da franquia. Mas aviso: spoilers abaixo!
A presença mais íntima do Visconde e o trabalho conjunto dos irmãos Holmes já davam vestígios de uma continuidade, que ficou ainda mais óbvia nos minutos finais do filme, quando descobrimos que a vilã Mira Troy (anagrama de Moriarty) escapou da prisão e, na cena pós-créditos, acompanhamos a brilhante chegada de Dr. Watson, que não poderia ser mais benéfica a essa saga.
Embora ainda não confirmado, tampouco com previsão de lançamento, fãs de Enola Holmes já podem aguardar ansiosos por um terceiro filme — e se não for possível frente à agenda apertada de seu elenco, certamente haverá grande decepção por parte do público. Mas enquanto isso, sim, vale a pena conferir Enola Holmes 2 na Netflix.
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