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Resenha | Sol de Inverno, um delicado filme de cura

Resenha | Sol de Inverno, um delicado filme de cura

A literatura de cura, de grande força no Japão com autores como Satoshi Yagisawa e Michiko Aoyama, também cria raízes no cinema japonês. Sol de Inverno, segundo longa de Hiroshi Okuyama, chamou a atenção no Festival de Cannes e chega aos cinemas brasileiros em 16 de janeiro de 2025 para conquistar o público com sua sutileza.

Com três protagonistas, o filme ambientado em uma pacata ilha japonesa acompanha a chegada do inverno, que marca o interesse de Takuya por Sakura, uma estrela em ascensão da patinação artística. O técnico da garota percebe os olhares encantados do garotinho e começa a treiná-los para a próxima competição. No entanto, o vínculo criado entre os personagens tende a derreter com a chegada do verão. 

Sol de Inverno não é o seu típico filme de esportes cheio de ação e reviravoltas, tampouco um clichê de superação com mensagens motivações ultrapassadas: é um verdadeiro filme de cura. Embora os holofotes estejam voltados para Takuya, é o técnico Arakawa que conquista o espectador com seus sentimentos complexos em relação a si mesmo, um ex-campeão que prefere empurrar o passado para baixo do tapete do que enfrentar seus traumas de uma vez por todas. No entanto, enquanto a neve cai, consegue ir se curando pouco a pouco e, até o sol voltar a surgir, reconstrói sua força para enfim seguir em frente.

Resenha | Sol de Inverno, um delicado filme de cura

Tudo, no entanto, é muito sutil, com pequenas pinceladas do que foi, será ou poderia ter sido. Sem perder tempo com explicações literais, deixa muitas perguntas sem respostas para o espectador interpretar à sua maneira. Muito disso em torno de Sakura, uma personagem complexa, mas ao mesmo tempo da qual não sabemos nada. É difícil prever suas atitudes ou identificar seus pensamentos.

Ciúmes? Frustração? Homofobia? Tudo junto? Nada disso? Okuyama não se importa com o concreto - e o espectador terá que lidar com as próprias dúvidas para abraçar este roteiro que diz muito sobre sentimentos ao mesmo tempo em que não diz nada. Por vezes, aliás, nem palavras são necessárias - basta os raios de sol entrando pelas janelas da pista de patinação para conversar com o espectador sobre os pequenos momentos de alegria da vida, fazendo jus ao seu nome original em japonês ぼくのお日さま (Boku no Ohisama, "Meu Raio de Sol").

Sol de Inverno estreia nos cinemas em 16 de fevereiro, com distribuição da Michiko Filmes.

Nota final: ★★★★☆
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